Açoriano Oriental
Temporada de Violas da Terra arranca na Ribeira Quente
A Temporada de Violas da Terra arranca a 25 de abril com um concerto na Ribeira Quente, onde nasceu uma associação criada para divulgar e potenciar a prática de um instrumento musical cujo interesse tem renascido.
Temporada de Violas da Terra arranca na Ribeira Quente

Autor: LUSA/AOnline

“Este é um momento de grande importância para a Associação por poder trazer este evento à sua casa, o de maior dimensão que organiza anualmente, e inserido na Comemoração do Centenário da Igreja de São Paulo, na freguesia da Ribeira Quente”, afirmou hoje Rafael Carvalho, presidente da Associação de Juventude Viola da Terra, em declarações à agência Lusa.

O concerto, pelas 18h00 locais na Igreja de São Paulo, vai reunir entre 30 a 40 tocadores de várias escolas de violas da ilha de São Miguel e de vários concelhos com a direção musical de Rafael Carvalho.

"A Orquestra de Violas da Terra, da Associação, realiza estágios que permitem aos tocadores aprofundarem conhecimentos e motivá-los para a aprendizagem do instrumento", sublinhou Rafael Carvalho, garantindo que a aprendizagem do instrumento musical típico dos Açores continua a atrair muitas pessoas.

Segundo o músico, o organismo tem apostado numa temporada de violas da terra com "o objetivo de criar um cartaz com dinâmicas diferentes, ao longo do ano", permitindo a realização de vários "eventos ligados àquele instrumento musical, sua valorização e promoção".

"Não é só tocar a viola da terra e aprender. É preciso também promover a realização de atuações destes tocadores e este é o objetivo da temporada", sublinhou o professor no Conservatório Regional de Ponta Delgada.

Além do concerto, com entrada livre, na Ribeira Quente, freguesia onde está sedeada e nasceu em 2010 a Associação, a temporada integra no inicio de junho a III edição da "audição do Dia da Criança", numa colaboração com a Classe de Viola da Terra do Conservatório Regional de Ponta Delgada.

"Nesses eventos, a Associação tem oferecido material de Viola da Terra editado (CD ou Livros), de modo a dar aos mais novos a possibilidade desse contacto com este instrumento produzido na região", referiu Rafael Carvalho, acrescentando que de 26 a 29 de junho São Miguel recebe o “Violas do Atlântico VII” com o músico madeirense Vítor Sardinha, que traz aos Açores a Viola de Arame Madeirense.

Em julho e setembro, em colaboração com a Associação Portas dos Mar, regressam os “Serões de Viola da Terra”, indicou, salientando que até ao final do ano serão divulgados outros eventos no âmbito da temporada promovida pela Associação de Juventude Viola da Terra.

O professor de viola da terra voltou a sublinhar o grande interesse que o instrumento desperta junto dos mais jovens, frisando que ao nível do Conservatório Regional de Ponta Delgada há muito que já não existem vagas face à grande procura pela aprendizagem de violas da terra, defendendo a necessidade de existirem mais formadores.

A viola da terra possui cinco parcelas de 12 cordas, sendo afinada num tom mais baixo em São Miguel e Santa Maria relativamente às restantes ilhas dos Açores.

O instrumento é também conhecido como viola de arame ou viola de dois corações, sendo semelhante ao violão, mas de dimensões mais pequenas.

No passado, o instrumento fazia parte do dote do noivo e o seu lugar na casa durante o dia era em cima de uma colcha axadrezada, como adorno do quarto do casal, assumindo, desde o povoamento do arquipélago, um lugar de destaque nos festejos, bailes, cantorias e serões.

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