Tempestade tropical Ana já matou 47 pessoas entre Madagáscar, Malaui e Moçambique
26 de jan. de 2022, 13:08
— Lusa/AO Online
A tempestade,
que se formou no leste da ilha principal de Madagáscar, desencadeou
fortes chuvas que provocaram inundações e deslizamentos de terras na
capital, Antananarivo.De acordo com um
relatório elaborado pela agência de gestão de catástrofes naturais,
39 pessoas morreram naquele país e cerca de 65.000 ficaram sem casa,
desde o final da semana passada. Depois de
atravessar o oceano Índico, as fortes chuvas da tempestade Ana
atingiram o norte e o centro de Moçambique, país onde provocou hoje a
morte de duas pessoas na província de Manica, no centro, elevando para
quatro o total de óbitos, anunciaram as autoridades moçambicanas num
balanço preliminar.Uma das vítimas morreu
após o desabamento de uma das paredes da sua casa, durante a madrugada
de hoje, referiu Borges Viagem, porta-voz do Instituto Nacional de
Gestão de Desastres (INGD), sem avançar as causas da morte da segunda
vítima.Segundo as autoridades, pelo menos
40 famílias foram afetadas pelo vento e chuva forte naquela zona havendo
também dezenas de casas destruídas, na sua maioria de construção
precária, avançou o porta-voz.Na
segunda-feira, a tempestade causou pelo menos duas mortes, quando mãe e
filha foram arrastadas pela subida das águas do rio Licungo em Mocuba,
Zambézia, também no centro de Moçambique.No
total, a tempestade já causou quatro mortes, 66 feridos, afetou 771
famílias, o correspondente a 3.870 pessoas, destruiu total e
parcialmente 661 casas, 16 salas de aula e uma unidade hospitalar,
segundo um balanço do INGD enviado à Lusa. A
tempestade afeta sobretudo as "populações altamente vulneráveis que já
sofreram, recentemente, com desastres naturais e conflitos no norte de
Moçambique", advertiu o Gabinete de Coordenação dos Assuntos
Humanitários da ONU (OCHA).O Governo
moçambicano e as agências da ONU estimam que 500.000 pessoas sejam
afetadas pela tempestade Ana nas províncias de Nampula, Zambézia e
Sofala.No vizinho Malaui, já morreram
quatro pessoas. A tempestade mergulhou a maior parte do país na
escuridão, na segunda-feira. As cheias repentinas forçaram as empresas
de eletricidade a desligar os seus geradores. "O
nível da água é demasiado alto para continuar a funcionar, é demasiado
arriscado", disse à agência de notícias France-Presse (AFP) o porta-voz
da Companhia de Geração de Electricidade Moses Gwaza.A empresa disse ter começado a retomar o funcionamento da produção de eletricidade no Malaui.O
Instituto Meteorológico de Moçambique prevê quatro a seis ciclones na
região durante a estação chuvosa, que termina no final de março.