Stoltenberg e Boris Johnson advertem para “momento muito perigoso”
Ucrânia
10 de fev. de 2022, 11:34
— Lusa/AO Online
Numa
conferência conjunta no quartel-general da Aliança Atlântica, em
Bruxelas, após um encontro de trabalho, o secretário-geral da
organização, Jens Stoltenberg, e o chefe de governo britânico, Boris
Johnson, reiteraram que devem prosseguir todos os esforços com vista a
uma saída diplomática para a atual crise, mas advertiram que a NATO está
preparada “para o pior” cenário e alertaram uma vez mais Moscovo para o
preço muito elevado que pagará no caso de nova agresssão à Ucrânia.“Este
é um momento perigoso para a segurança europeia. O número de forças
russas está a aumentar. O tempo de alerta para um possível ataque está a
diminuir”, advertiu Stoltenberg, revelando que hoje voltou a dirigir
uma carta ao chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, a reiterar o
convite para prosseguir o diálogo em sede do Conselho NATO-Rússia.O
secretário-geral da Aliança Atlântica reiterou, todavia, que a NATO não
abre mão de “princípios fundamentais”, como “o direito de cada nação a
escolher o seu próprio caminho e a capacidade da NATO de proteger e
defender todos os Aliados”.Adiantou que,
numa reunião de ministros da Defesa na próxima semana, serão avaliadas
“opções para reforçar ainda mais a segurança” da organização, “incluindo
a possibilidade de grupos de combate adicionais na parte sudeste” da
Aliança.“Uma nova agressão russa conduzirá a uma maior presença da NATO, não menor”, alertou.Perfeitamente
alinhado com a intervenção de Stoltenberg, Boris Johnson defendeu as
mesmas ideias e assumiu também o momento de perigo que a Europa enfrenta
também à luz da atual crise a Leste.“O
risco atual é muito elevado e este é um momento muito perigoso. Estes
próximos dias são provavelmente o momento mais perigoso naquela que é a
maior crise de segurança que a Europa enfrenta em décadas”, disse.Questionado
sobre se acredita que a Rússia irá efetivamente invadir a Ucrânia,
Boris Johnson disse crer que “ainda não foi tomada uma decisão” em
Moscovo, “o que não significa que seja impossível que algo
verdadeiramente desastroso possa acontecer realmente muito em breve”.Boris
Johnson insistiu que será “um absoluto desastre” se a Rússia
efetivamente atacar a Ucrânia, pois haveria “um grande derramamento de
sangue em solo ucraniano”.“Eu sei que as
pessoas na Rússia devem estar também a pensar nisto, e sei que no
Kremlin e por toda a Rússia devem estar a pensar se é realmente sensato
sacrificar o sangue de soldados russos numa guerra que eu penso que
seria catastrófica” e com elevados custos, de vária ordem, para a
Rússia, afirmou.O Ocidente acusa a Rússia
de ter concentrado dezenas de milhares de tropas na fronteira da Ucrânia
para invadir novamente o país, depois de lhe ter anexado a península da
Crimeia em 2014.A Rússia nega qualquer
intenção bélica, mas condiciona o desanuviamento da crise a exigências
que diz serem necessárias para garantir a sua segurança, incluindo
garantias de que a Ucrânia nunca fará parte da NATO.