Stoltenberg acusa Rússia de matar com mesmas ambições de terrorista norueguês em 2011
Ucrânia
31 de mai. de 2023, 17:08
— Lusa/AO Online
“Há
semelhanças entre o que está a acontecer na Ucrânia e o que aconteceu
em Utøya, entre um atentado e uma agressão brutal, os valores que estão a
ser atacados hoje são os mesmos daquela altura: a democracia e a
liberdade”, disse Jens Stoltenberg, durante uma cerimónia para recordar
as vítimas dos atentados de 22 de julho de 2011 na capital da Noruega e
na ilha de Utøya.O secretário-geral da
Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) era o primeiro-ministro
do país na altura dos atentados perpetrados pelo neonazi norueguês
Anders Behring Breivik, que matou 77 pessoas (oito em Oslo e 69 na
ilha).Stoltenberg recordou que há quase 12
anos deparou-se com “uma nação inteira devastada” e hoje vê isso com a
invasão russa da Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022.“A
intenção é a mesma: matar por ambições políticas. Não resultou na
altura, não resulta hoje e nunca vai resultar. Não vamos deixar Estados
autoritários quebrar as regras internacionais, não vamos deixar
terroristas oprimir as nossas sociedades livres”, sustentou o
secretário-geral da Aliança Atlântica, ladeado pelo primeiro-ministro
norueguês, Jonas Gahr Støre.Em consonância
com o seu antecessor, o primeiro-ministro norueguês defendeu que é
necessário “fazer frente à intolerância” e lutar contra a propagação dos
discursos de ódio e de todos os rostos da discriminação.O
ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho,
participou na cerimónia, que antecede o início de uma reunião informal
dos ministros da NATO com a pasta da diplomacia.Há
quase 12 anos Anders Behring Breivik deixou uma bomba dentro de um
veículo e seguiu noutro em direção a Utøya, onde estava a decorrer um
encontro de verão do Partido Trabalhista (a força política de
Stoltenberg).Cerca de meia hora depois de
deixar o primeiro carro perto de um edifício do Governo a bomba explodiu
e matou oito pessoas. Mais de 200 pessoas ficaram feridas, doze das
quais com gravidade.Na ilha de Utøya, o neonazi baleou mortalmente 69 pessoas e feriu mais de 100.Breivik reivindicava a supremacia da “raça branca” em detrimento de outras.O extremista foi condenado à pena máxima de 21 anos de prisão por atos terroristas.