Autor: Lusa/AO Online
Sofia Ribeiro, presidente do Sindicato Democrático dos Professores dos Açores (SDPA), afirmou que o arranque do novo ano letivo teve "alguns" aspetos positivos, como o "aumento do número de professores contratados", mas frisou que, "em muitos casos, houve um aumento do número mínimo de alunos por turma, que, em algumas escolas, chegam aos 25 alunos".
"Este ano não houve na região um aumento do número de alunos por turma, mas, em muitos casos, houve um aumento do número mínimo, tendo as escolas tido de refazer turmas no mês de agosto, aumentando o número de alunos por turma que tinham previamente definido, por não terem aval no mapa de turmas enviado à Direção Regional de Educação", afirmou a dirigente sindical.
Sofia Ribeiro, que falava numa conferência de imprensa em Ponta Delgada, salientou que a tutela "anunciou uma diminuição do número máximo de alunos por turma, mas não fez qualquer referência a um aumento do número mínimo", defendendo que o número padrão se deveria situar "nos 20 alunos".
A presidente do SDPA referiu ainda que o início do ano escolar nos Açores registou problemas, como a "desarticulação entre os currículos regional e nacional, patente na desconexão entre as competências definidas na região e as metas de aprendizagem estabelecidas pelo Ministério da Educação e Ciência".
Sofia Ribeiro considerou esta questão "grave, já que os alunos da região vão ser sujeitos aos exames dos 4.º, 6.º e 9.º anos de escolaridade que são elaborados a nível nacional e que terão um peso de 30 por cento na avaliação final", alertando ainda para a "escandalosa taxa de insucesso" no ensino secundário nos Açores.
Por seu lado, António Lucas, presidente do Sindicato dos Professores da Região Açores (SPRA), também apontou a questão da redução do número de alunos por turma no ensino básico, salientando, em declarações à Lusa, ter "conhecimento de algumas escolas que tiveram dificuldade em cumprir a norma devido à falta de espaços".
António Lucas salientou que a abertura das aulas "decorreu melhor do que no ano passado, sem sobressaltos", destacando "a criação de mais 300 postos de trabalho", mas defendeu que estes horários devem resultar "em abertura de vagas, no próximo concurso" de acesso aos quadros.