Açoriano Oriental
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Sindicato dos trabalhadores diz que greve foi "um sucesso"
O sindicato dos trabalhadores consulares considerou a greve marcada para esta quinta-feira "um sucesso", com uma adesão superior a 80 por cento, embora o Governo tenha garantido que apenas cerca de 30 por cento dos trabalhadores participaram na paralisação.

Autor: Lusa/AO Online

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Consulares e das Missões Diplomáticas (STCDE), a maioria dos postos consulares no continente americano está encerrada, dando como exemplo os casos de Caracas e Valência, na Venezuela, Rio de Janeiro, Salvador, Santos e Belo Horizonte, no Brasil, Providence, Newark, Boston e São Francisco, nos Estados Unidos, e Otava e Montereal, no Canadá.

Sem funcionar, diz o STCDE estão também as secções consulares das embaixadas na Venezuela,México, Uruguai, Peru, Colômbia, Chile e Estados Unidos.

Abertas estão as secções consulares das embaixadas de Portugal em Brasília e a representação de Portugal nas Nações Unidas, em Nova Iorque, e os consulados de Toronto, New Bedford e São Paulo.

Em São Paulo, 14 dos 36 trabalhadores aderiram à paralisação, mas uma fonte diplomática disse à agência Lusa que a adesão à greve não afectou o andamento dos serviços consulares.

"O consulado geral de São Paulo e o consulado honorário de Santos estão a funcionar normalmente, sem qualquer suspensão do atendimento aos utentes", disse a mesma fonte.

No entanto, Alexandre Vieira, do STCDE, considerou à agência Lusa que "a greve foi um sucesso", sublinhando a existência de vários postos consulares com adesão de 100 por cento dos trabalhadores.

Ao final da manhã de hoje, antes do início da hora de expediente no continente americano, o STCDE apontava para uma adesão à greve na ordem dos 80 por cento, enquanto o gabinete do secretário de Estado das Comunidades falava em 33,3 por cento, garantindo que a maioria dos postos se encontrava aberta.

"Os números avançados pelo Governo são falsos e podemos provar que são falsos", disse Alexandre Vieira, considerando que ao veícular esta informação o gabinete de António Braga está a "prestar um mau serviço à população".

Já hoje à tarde, fonte do gabinete do secretário de Estado das Comunidades precisou que, de acordo com dados fornecidos pela Direcção-geral de Administração do MNE, dos 1.646 trabalhadores consulares 515 aderiram à greve, ou seja 31,2 por cento.

De acordo com o sindicato, alguns dos maiores postos na Europa estiveram fechados ou sem pessoal para garantir o atendimento.

No mega-consulado em Paris, um anúncio dava conta que devido à greve dos funcionários apenas os casos de emergência consular seriam atendidos.

Na entrada do edifício, o próprio cônsul-geral, Luís de Almeida Ferraz, fazia a triagem dos casos que poderiam ser atendidos, uma vez que dos 76 funcionários administrativos apenas dois estavam a trabalhar.

"Pelo facto de o pessoal administrativo estar em greve o Consulado não pode fechar", disse Luís Ferraz à Lusa".

À entrada do consulado, o casal Joaquim e Rosa, residentes em Paris, mostrara-se supreendidos com a paralisação dos trabalhadores consulares.

"Fomos apanhados completamente de surpresa. Mas, felizmente, conseguimos tratar dos documentos para a nossa filha (menor) viajar sexta-feira", disseram à Lusa.

Outro utente, Manuel Veloso, residente em Versalhes, manifestou a sua revolta por não lhe ter sido possível tratar da sua certidão de nascimento.

"Perdi a tarde de trabalho e vim de propósito de Versalhes até aqui para nada", disse.

Segundo o sindicato, em França, o único consulado aberto foi o de Clermond-Ferrand. Marselha, Bordéus, Lyon, Toulouse e Nantes estiveram fechados, apesar de em alguns haver funcionários a trabalhar.

Em Espanha, abriu o consulado honorário de Bilbau, estando encerrados os postos de Madrid, Barcelona, Sevilha, Vigo, Orense e Leon.

Na Alemanha, fecharam os postos consulares de Berlim, Osnabrück, Frankfurt, Estugarda e Hamburgo, abrindo apenas o consulado de Dusseldorf.

Ainda na Europa, fecharam os consulados em Londres, no Reino Unido, Luxemburgo e Zurique, na Suíça, e as secções consulares em Bruxelas, na Bélgica, Roterdão, na Holanda, e Berna, na Suíça.

Joanesburgo (África do Sul), Maputo e Beira (Moçambique) e Benguela (Angola) fecharam, enquanto Luanda, Cidade do Cabo e secção consular em Pretória estiveram a funcionar.

O sindicato registou ainda encerramento de postos em Macau, Pequim (China), Jacarta (Indonésia), Sidney (Austrália) e Tóquio (Japão).

Abertos estiveram o posto consular de Genebra (Suíça) e Manchester (Reino Unido).

Os trabalhadores dos consulados fizeram hoje greve em protesto pelos atrasos nas actualizações salariais e contra o que consideram uma tentativa do Governo de os afastar da Função Pública, submetendo-os a regras de contratação locais.

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