Açoriano Oriental
Economia
SINAGA admite negociações com governo regional
A Sociedade das Indústrias Agrícolas Açorianas (SINAGA), proprietária da única refinaria de açúcar de Ponta Delgada, confirmou segunda-feira a realização de negociações para uma eventual entrada do Governo Regional dos Açores no capital da empresa.
SINAGA admite negociações com governo regional

Autor: Lusa / AO online
As negociações, segundo disse à Lusa João Nogueira, da administração da SINAGA, referem-se à possível tomada pelo executivo açoriano do capital actualmente detido pelo sócio maioritário da empresa, o empresário madeirense Emanuel Sousa.

João Nogueira admitiu que a situação financeira da SINAGA se agravou nos últimos anos, ao ponto de ainda não ter sido pago subsídio de Natal aos cerca de 100 trabalhadores da empresa.

O administrador atribuiu a má situação ao facto de a SINAGA ter sido obrigada a reduzir a sua produção ao mínimo, face aos regulamentos comunitários que limitaram a importação de ramas para transformação na refinaria de Ponta Delgada.

"As regras impostas pela União Europeia mudaram recentemente, mas do esforço que a SINAGA teve de fazer para sobreviver resultou um processo de descapitalização comprometedor do seu futuro", afirmou, frisando que o futuro da empresa depende da entrada de "dinheiro fresco" disponibilizado por um novo accionista.

Implantada para garantir a produção de açúcar a partir de beterraba produzida na ilha de S. Miguel, a refinaria de Ponta Delgada teve de passar a importar ramas devido à quebra da produção local de matéria-prima.

Contactado pela Lusa, um porta-voz do Sindicato das Indústrias Transformadoras confirmou que continua por pagar o subsídio de Natal aos trabalhadores, adiantando que o maior accionista da empresa "entregou as suas acções ao governo".

"Estamos esperançados que o Governo Regional, em parceria com o Banco Espírito Santo, tome conta da empresa", afirmou o sindicalista Gualter Rodrigues.

A confirmação da realização de conversações entre a SINAGA e o executivo açoriano surge poucos dias depois do presidente do governo regional, Carlos César, ter admitido a intervenção pública em empresas açorianas em situação difícil.
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