Açoriano Oriental
Sessões de contos para bebés em Angra têm lista de espera

Há ano e meio que no primeiro sábado de cada mês há uma sessão de contos para bebés na biblioteca de Angra do Heroísmo e a procura é cada vez maior, segundo uma das responsáveis pela iniciativa.

Sessões de contos para bebés em Angra têm lista de espera

Autor: Lusa/AO online

“Temos sempre lista de espera a cada mês. Antes de sair a ficha de inscrição, já várias pessoas deixam o nome para a próxima que vai surgir. Temos tido muita procura e um bom 'feedback'”, adiantou, em declarações à agência Lusa, Nisa Cabral, contadora de histórias, natural da ilha Terceira.

Este sábado, a sessão de contos para bebés, entre os 06 e os 24 meses, terá como tema “Em casa com a tradição” e Nisa Cabral contará as já muito conhecidas dos adultos histórias dos “Três porquinhos”, da “Galinha Ruiva” e do “Coelhinho Branco”, intercaladas com lenga-lengas e músicas, para incutir maior ritmo.

Há mais de uma década que a secção infanto-juvenil da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Angra do Heroísmo, agora como nome de Luís da Silva Ribeiro, promove sessões de contos para crianças, com grande procura tanto por parte das escolas, como por parte dos pais.

As sessões para bebés, realizadas há cerca de cinco anos, são um projeto que ganhou maior regularidade há um ano e meio, realizando-se todos os primeiros sábados de cada mês, com Nisa Cabral e Ana Janeiro do Couto, alternadamente.

Formada em matemática aplicada e explicadora a tempo inteiro, por opção, Nisa Cabral participou em vários 'workshops' com conceituados contadores de histórias nacionais, mas elege como melhores formadoras as duas filhas, hoje com 05 e 09 anos.

Foi por elas que começou a frequentar assiduamente as sessões de contos da biblioteca. Quando, há três anos, recebeu um convite para participar como contadora, saltou da plateia para o palco.

“Eu nunca escondi os livros das mãos das minhas filhas e elas nunca me rasgaram um livro. Ia para as mãos delas e assim aprenderam a amar aquele objeto”, disse.

As sessões para bebés estão limitadas a dez inscrições e têm uma duração de 30 minutos, mas no final a contadora recomenda aos pais livros adequados àquelas faixas etárias, para que continuem a incentivar o gosto pela leitura em casa.

Pela experiência com as filhas e com os pequenos ouvintes de contos, Nisa Cabral não tem dúvidas de que quanto mais cedo os livros são introduzidos no quotidiano das crianças mais rápida é a evolução na leitura.

“Faz toda a diferença para uma criança começar de cedo o contacto com os livros. As minhas filhas até aprenderam a ler antes de ingressar na escola, não por eu forçar isso ou incentivar isso, antes pelo contrário, eu preferia que elas esperassem até à idade, mas pela curiosidade por ver o que estava ali escrito”, salientou.

Ao contrário do que as pessoas possam pensar, os bebés são capazes de prestar atenção aos contos e Nisa Cabral apercebeu-se disso quando ouviu a filha aos nove meses “rir à gargalhada" da história “Vamos à caça do urso”.

“Durante aqueles 30 minutos e devido ao ritmo que se estabelece, nós conseguimos ver aquelas crianças atentas ao que se está a passar. Compreendem exatamente a história ou não, mas elas riem, elas despertam a sua atenção”, apontou.

As sessões de contos são também, na opinião de Nisa Cabral, uma oportunidade para reforçar laços entre as crianças e os pais e ainda hoje as filhas lhe exigem todas as noites uma história, mesmo que a mais velha já as consiga ler sem a sua ajuda.

“Eu participei com a milha filha, sem ser contadora, e lembro-me do sentimento de ternura que era estar ali durante aquele tempo, exclusivamente para a minha filha. Acho que são laços de afeto que se desenvolvem cedo e que são muito importantes para as crianças”, frisou.


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