Autor: Lusa/AO Online
À saída de um encontro com o Presidente da República, Cavaco Silva, Angel Gurría defendeu ainda que a única forma de aumentar salários de forma "sustentável" é aumentar a competitividade, afirmando que "os países, que, como a Alemanha, mantiveram os salários baixos e produtividade, aumentaram a competitividade" nos últimos anos.
Angel Gurría sublinhou que Portugal concluiu o período de ajustamento "com sucesso", mas sublinhou a "necessidade de manter o rumo".
"Esta é uma mensagem fundamental, manter o rumo em todos os aspetos que constituem produtividade, competências, que vão permitir a Portugal aproveitar o esforço que já fez para estabilizar a finanças públicas, a dívida, a taxa de juros no mercado, que teve uma queda muito importante", disse.
"Estamos a falar de competências, de todos os elementos da produtividade, competitividade, educação, inovação, concorrência, questões de mercado laboral, dos produtos, impostos. Em geral, as questões que vão ser mais importantes e mais úteis neste período de recuperação pós-programa", declarou.
Questionado sobre o aumento do salário mínimo nacional, o secretário-geral da OCDE respondeu que "a única maneira de aumentar os salários de maneira sustentável, a longo prazo, é aumentar a produtividade".
"O grande problema da Europa é que durante 15 anos aumentou mais os salários do que a produtividade, então, perdeu competitividade. Os países, como a Alemanha, que mantiveram os salários baixos e produtividade, aumentaram a competitividade. Não tem mistérios, tudo são consequências lógicas, aritméticas, das políticas publicas dos últimos 5, 10, 15 anos", defendeu.
"A única maneira de aumentar produtividade é aumentar as competências dos trabalhadores e também ajustar estas competências as necessidades do mercado", acrescentou.