Açoriano Oriental
Secretário-geral da CGTP defende queda do Governo
O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, defendeu hoje, em Matosinhos, a queda do Governo, por considerar que o atual executivo
Secretário-geral da CGTP defende queda do Governo

Autor: Lusa/AO Online

“Dar a ideia que recua para baralhar e deixar tudo na mesma em vez de cair, então, para nós, é melhor que caia e que caia já. E, neste contexto, pensamos que o senhor Presidente da República tem uma palavra muito importante a dizer”, disse Arménio Carlos.

O secretário-geral da CGTP falava na refinaria da Petrogal em Leça da Palmeira, Matosinhos, aonde se deslocou para se solidarizar com os trabalhadores que aderiram à greve de três dias, que começou às 06:00, de segunda-feira.

“Há uma semana, umas horas antes de o primeiro-ministro anunciar as alterações à Taxa Social Única, o Presidente da República dizia que se tinha atingido o limite dos sacrifícios para os trabalhadores e outras camadas da população que tão sacrificadas tinham sido. A haver sacrifícios, tinham de ser implementados para aqueles que até agora não tinham sido abrangidos. Perante a resposta do Governo, o que é que sobra ao Presidente da República?”, disse.

Ou seja, acrescentou, Cavaco Silva deve “assumir o veto político a este Governo e a esta política e, em segundo lugar, no caso de o Governo insistir na apresentação das propostas, enviá-las para o Tribunal Constitucional”.

“Pela nossa parte, vamos dar o nosso contributo. Já solicitámos uma reunião ao Presidente da República, que continuamos a aguardar que seja convocada, e no dia 29 estaremos em força no Terreiro do Paço para demonstrar que os trabalhadores não baixam os braços e que, a exemplo do que se passou no passado fim de semana, vão dar outro exemplo significativo do seu descontentamento e exigir mudança de políticas”, referiu o dirigente da CGTP.

Arménio Carlos frisou que “o que este país precisa é de mudanças de políticas e não da manutenção das mesmas que colocaram o país na situação que é conhecida de todos”.

O segundo dia de greve dos trabalhadores da refinaria da Petrogal de Matosinhos mantém os mesmos níveis de adesão, cerca de “95 por cento” no setor da produção, segundo José Santos, da federação intersindical Fiequimetal.

A paralisação, que abrange as refinarias de Matosinhos e de Sines, tem como objetivo “a defesa dos direitos dos trabalhadores, sobretudo dos que estão na contratação coletiva, o que é inaceitável” e resulta da aplicação do novo Código do Trabalho.

Os trabalhadores contestam também “o aumento da comparticipação do regime do seguro de saúde, com um agravamento significativo das comparticipações a cargo dos trabalhadores”, segundo o sindicato.

Esta paralisação pretende ainda retomar o protesto contra a atualização salarial de “apenas” um por cento, ocorrida no início do ano, quando, no primeiro semestre, a empresa teve um lucro de cerca de 200 milhões de euros.

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