SATA pede à ANAC para continuar a voar de Lisboa para Pico, Faial e Santa Maria
4 de mar. de 2022, 18:29
— Lusa/AO Online
A ANAC refere que “entrou um pedido da SATA” para garantir estas rotas, mas este processo “está em análise”.Em
nota de imprensa, a SATA, que está a ser alvo de um processo de
reestruturação com a Comissão Europeia revelou que esta foi sensível à
necessidade de “assegurar a operação aérea no imediato, sem que venha a
ser penalizada aquando da verificação dos pressupostos de recuperação
apresentados no Plano de Reestruturação entregue” em Bruxelas.Estas
rotas, consideradas deficitárias e que estavam em risco de continuar
devido ao processo de reestruturação da SATA, são asseguradas pela SATA -
Azores Airlines ao abrigo de obrigações de serviço público negociadas
entre os Governos da República e dos Açores, que desapareceram em 2015.A
operadora continuou a assegurar estas rotas mesmo sem lugar a
indemnizações compensatórias, somando cerca de 40 milhões de euros de
prejuízo.Na
sequência das negociações de reestruturação da SATA com a Comissão
Europeia, a empresa está impedida de operar rotas não rentáveis.O
semanário Expresso refere que a Comissão Europeia viabilizou um
regime de exceção para que a SATA possa continuar a assegurar as
ligações de Lisboa com o Pico, Faial, Santa Maria e Funchal até que seja
encontrado um novo modelo de exploração destas rotas a nível
governamental.Na
nota de imprensa da SATA, a empresa diz confirmar que “a Comissão
Europeia foi sensível à questão apresentada relativamente à necessidade
de acautelar as ligações aéreas entre o continente e as ilhas do Faial,
Pico e Santa Maria”.Isto,
“até que um novo enquadramento seja encontrado pelas entidades
competentes, o que deverá ocorrer o mais rapidamente possível”.A operadora aérea salvaguarda que “desta forma, a companhia aérea Azores Airlines previne a ocorrência de disrupções na oferta”.Tal,
de acordo com a SATA, “afetaria sobremaneira os residentes daquelas
ilhas e poderia colocar em causa planos de desenvolvimento do turístico
local, face à curta a distância a que se está da época alta”. A
24 de fevereiro, em declarações à comunicação social à saída da
Comissão Parlamentar da Economia, o presidente do Conselho de
Administração da SATA referiu que, no âmbito das negociações em
Bruxelas, houve “uma espécie de negociação” na qual “as autoridades
locais, nacionais e regionais se comprometem a resolver a questão
(modelo de acesso a estas rotas) o mais rapidamente possível, e a SATA
opera essas rotas enquanto o tema não for resolvido”.Luís
Rodrigues frisou que a SATA “vai continuar a fazer essas rotas” e “não
vale a pena continuar a alimentar que estas vão acabar, porque não vão”.De acordo com o responsável, vai “ser definido um novo modelo que tem que ser discutido pelas autoridades relevantes”.O
jornal Expresso noticiou no fim de janeiro que, a partir de abril os
voos entre Lisboa e o Pico, Horta, Santa Maria, e Ponta Delgada-Funchal
podiam estar em risco, porque a companhia aérea açoriana SATA vai ficar
impedida, pela Comissão Europeia, de fazer voos deficitários.Numa
notícia na edição online de 02 de fevereiro, o semanário acrescenta que
“estas ligações estavam a ser feitas desde 2015 sem qualquer
indemnização compensatória”, traduzindo-se “num prejuízo acumulado de 40
milhões de euros para a companhia açoriana”.O
jornal acrescentava que “o risco de os voos poderem vir a ser suspensos
dentro de dois meses decorre do facto de, durante 2021, o Ministério
das Finanças se ter manifestado indisponível para compensar a SATA ou
desenhar uma solução que pudesse ser uma alternativa à atual”. O
Expresso citava o secretário Regional dos Transportes dos Açores, Mário
Mota Borges, de acordo com quem “não houve uma redução ou limitação da
comparticipação [da República] para estas ilhas porque ela nunca existiu
e a SATA tem feito voos desde 2015 sem qualquer compensação”.A Azores Airlines opera de e para fora do arquipélago, enquanto a SATA Air Açores efetua ligações interilhas.