Açoriano Oriental
Santos na família são "privilégio" para sobrinhos dos pastorinhos
Sobrinhos dos videntes Francisco e Jacinta Marto, dois dos protagonistas dos acontecimentos de Fátima em 1917 que vão ser canonizados, consideram ser um "privilégio" poderem ter santos na família.
Santos na família são "privilégio" para sobrinhos dos pastorinhos

Autor: Lusa/Açoriano Oriental

“É um privilégio ser sobrinho dos videntes e invocar dois santos tratando-os por tios”, afirmou à agência Lusa António Marto, de 79 anos, assinalando que quando o revela causa “uma admiração muito grande”.

Francisco e Jacinta Marto foram beatificados em maio de 2000, por ocasião da terceira visita do papa João Paulo II a Fátima.

Um ano antes, em junho de 1999, o papa polaco promulgou o decreto sobre o milagre da cura obtida através da intercessão de Francisco e Jacinta.

Em março, o papa Francisco, que peregrina ao santuário de Fátima a 12 e 13 de maio, aprovou e o milagre que abre portas à canonização dos beatos Francisco e Jacinta Marto.

Para António Marto, “é um privilégio para a família” e “uma graça” os beatos serem canonizados.

“Além de ser uma graça, é uma responsabilidade grande. Temos de dar o exemplo às outras pessoas”, declarou, referindo ter “vivido sempre como um cidadão normal”, mas com esta responsabilidade.

Segundo o sobrinho de Francisco e Jacinta, quando uma vez viajou por Itália e França e dava conta da sua história familiar, “acabava por ser um cartão de visita”, reconhecendo que os videntes e os acontecimentos de há um século na Cova da Iria “influenciaram, de certo modo, toda a família”.

“As pessoas pediam-me para pedir aos meus tios que olhassem por elas e eu não me esquecia de pedir”, referiu, explicando que, entre os irmãos, quando se referem aos beatos é sempre “tios”.

Já Jacinta Marto, de 74 anos, também sobrinha dos dois beatos, subscreve o facto de ser privilégio, mas assinala que “quem escolhe é Deus”.

“É uma alegria muito grande saber que a Igreja reconheceu a Jacinta e o Francisco como pessoas heroicas”, afirmou Jacinta Marto, assinalando que “as pessoas têm consciência de que Francisco, Jacinta e Lúcia foram crianças escolhidas por Deus para transmitirem uma mensagem que era para todo o mundo”.

Maria do Fetal Neves Rosa, de 87 anos, outra das sobrinhas, remete o privilégio para os videntes.

“Para nós - sempre nos considerámos e somos pessoas do meio - sentimos que o que se passou com os nossos tios está além de nós. Às vezes sentimos uma comoção profunda”, declarou, salientando que o privilégio não foi para a família, mas para as crianças.

Para Maria do Fetal, “é uma alegria para a Igreja, para a família é uma comoção” e, se se pensar em eternidade, “então é um júbilo e uma esperança”, admitindo igualmente sentir uma “responsabilidade ao nível do comportamento".

Francisco Marto nasceu a 11 de junho de 1908 e faleceu a 04 de abril de 1919, em Aljustrel, vítima da gripe pneumónica. No ano seguinte, a 20 de fevereiro, morreu Jacinta Marto, no hospital D. Estefânia, em Lisboa, com nove anos, também da mesma doença.

Os restos mortais de ambos, assim como de Lúcia de Jesus (1907-2005), a outra protagonista das “aparições”, encontram-se na basílica do Rosário de Fátima.

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