Em declarações à Lusa, Alexandre Santos Fernandes explicou que se trata de uma intervenção “estimada entre cinco a oito dias de duração”.
“No final da semana que vem já estará operacional e vai para o mar no final de janeiro”, informou o porta-voz, referindo que o Tridente irá para o mar em “patrulha e para validar outros equipamentos e sistemas”.
Questionado sobre se tem informação de deficiências com equipamentos fabricados pela mesma empresa noutros países, Santos Fernandes revelou que a Marinha soube pela “imprensa” de um problema “muito semelhante” com os submarinos encomendados pela Grécia.
“Temos conhecimento pela imprensa que os submarinos gregos tiveram um problema muito semelhante a este, mas não temos informação oficial”, precisou.
“É um problema menor que não coloca em causa a segurança do submarino e da tripulação. Estamos a falar de um revestimento, de uma capa exterior, cujo único objetivo é dar-lhe forma e torná-lo mais aerodinâmico” explicou ainda.
Sobre o segundo submarino encomendado à empresa alemã, o Arpão, que chegará a Portugal no primeiro semestre, já tem as deficiências “corrigidas”.
“Esta intervenção que o Tridente está a ser alvo, no Arpão já está corrigida porque o problema tinha sido identificado há alguns meses e logo no fabrico (do segundo submarino) essa alteração foi efetuada. Esse problema já não vamos ter com certeza”, disse à Lusa.
A entrega provisória do Arpão foi feita à Marinha portuguesa a 22 de dezembro, tendo já uma guarnição nacional a operá-lo, acompanhada por técnicos do estaleiro alemão.
O Arpão continua a ter como porto original o estaleiro na Alemanha: “ainda estamos na fase inicial de saídas para o mar, de operação de sistemas e espera-se que chegue a Portugal no primeiro semestre”.
O porta-voz da Marinha insistiu que um “submarino é um sistema de armas muito complexo e há sempre pormenores que precisam de correção ou de melhoramento”.
Pormenores esses que só se conseguem detetar quando o submarino está no seu “ambiente operacional”.
A entrega final dos submarinos é feita um ano depois da provisória após uma “revisão total de pormenor”.
Santos Fernandes informou que o submarino Tridente “opera bem quer no Báltico, quer no Atlântico”, mas há diferenças nos dois ambientes.
“O mar Báltico é fechado, não há muitas ondas e os efeitos adversos do mar não se fazem sentir da mesma forma que no Atlântico e portanto os problemas não se revelaram”, explicou o responsável.
A informação de uma deficiência e da sua reparação.
