Açoriano Oriental
Relatório sobre estado do ambiente vai ser antecipado seis meses

O relatório sobre o estado do ambiente em Portugal de 2018 vai este ano ser antecipado em seis meses e ser conhecido já em maio, disse esta quarta-feira o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Nuno Lacasta.

Relatório sobre estado do ambiente vai ser antecipado seis meses

Autor: Lusa/AO online

“O objetivo é fornecer informação a meio do ano, para se complementar com as estatísticas ambientais que saem no final do ano”, justificou o responsável, que falava numa audição parlamentar da Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação.

Nuno Lacasta foi apresentar aos deputados os relatórios do estado do ambiente relativos a 2016 e 2017, que já são conhecidos, e considerou como os pontos menos positivos na área do ambiente os fogos florestais e depois a seca, que levaram ao aumento das emissões de gases com efeito de estufa, nomeadamente por recurso a carvão para a produção de energia. Ainda assim, disse, a seca foi gerida da forma mais estruturada e sistematizada de sempre.

Lacasta disse que estão em elaboração cinco planos de combate à seca, que serão feitos ao longo do ano por regiões hidrográficas.

Outro aspeto negativo foi a poluição do rio Tejo, nas palavras do presidente da APA, que salientou estarem em preparação licenças “integradas e dinâmicas” para 10 instalações. Em fevereiro, na mesma comissão e a propósito da poluição no Tejo detetada em janeiro, Lacasta já tinha defendido licenças dinâmicas para as empresas que fazem descargas de efluentes no rio Tejo, com o valor dessas descargas ajustado a qualquer momento.

Quanto aos aspetos positivos, o responsável destacou a água e a gestão do solo (lembrou os 12 milhões de euros destinados a garantir a proteção dos recursos hídricos nas áreas ardidas), e lembrou o Plano Litoral 21 e as guias eletrónicas de resíduos, que atingem 15 mil por dia, (guias para acompanhar o transporte de resíduos).

Positiva foi também a diminuição do consumo interno de matérias pelo segundo ano consecutivo, e o aumento pelo quarto ano consecutivo dos impostos com relevância ambiental. Ou a inversão da tendência de perda de passageiros nos transportes públicos, apesar do aumento da atividade económica e da compra de veículos.

E depois, ainda segundo Nuno Lacasta, se há uma tendência de melhoria da qualidade do ar, a evolução em termos de ruído tem sido “difícil”, especialmente porque o investimento nessa área diminuiu no período da “troika” (assistência financeira). Estima-se que 430 mil pessoas sejam expostas a ruído noturno, disse, salientando o facto de haver agora mais informação através de mapas de ruído, que não existiam.


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