Açoriano Oriental
Rede para o Desenvolvimento do Território contra seguro obrigatório para bicicletas
O presidente da Rede Portuguesa para o Desenvolvimento do Território garante que um seguro obrigatório para velocípedes, como defendido pelo presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa, iria diminuir o número de utilizadores de bicicletas.
Rede para o Desenvolvimento do Território contra seguro obrigatório para bicicletas

Autor: Lusa/AO online

 

Em declarações à agência Lusa, Rogério Gomes lembrou que um trabalho feito na rede que dirige e enviado para o anterior ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, concluiu que não havia necessidade de um seguro obrigatório.

Dentro da rede, a Agência Independente da Mobilidade, com a participação da Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta, PSP, GNR e Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária fez várias análises, como aos números dos acidentes.

“Não havia dados sobre um aumento de acidentes com bicicletas, não há seguros obrigatórios nos outros países da Europa”, comentou Rogério Gomes, referindo que a obrigatoriedade de um seguro iria afastar de Portugal os cicloturistas que percorrem a Europa.

“Era uma obrigatoriedade que traria muito bom dinheiro às seguradoras, mas que obrigaria todos os pais que querem andar com os seus filhos de bicicleta a contratar mais um seguro, o que os levaria a escolher outro tipo de atividades”, argumentou ainda o responsável, indicando que, por isso, um seguro obrigatório iria “diminuir o número de utilizadores de bicicletas”.

À tutela governamental da segurança rodoviária, a entidade liderada por Rogério Gomes propôs “há um mês ou mês meio” a realização de um balanço sobre as alterações das regras do código da estrada para as bicicletas.

A resposta foi no sentido de não haver necessidade de uma “contratação externa”, pelo que o responsável espera que seja a Prevenção Rodoviária Portuguesa a avançar com esse balanço para que as que sejam “emitidos pareceres, com fundamentação científica” sobre a matéria.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa, José Manuel Trigoso, disse que as regras do novo Código da Estrada para as bicicletas têm de ser repensadas e defendeu a obrigatoriedade de um seguro para velocípedes.

O novo Código da Estrada, que entrou em vigor a 01 de janeiro de 2014, veio introduzir alterações na circulação rodoviária, tendo os ciclistas ganho novos direitos, ao passarem a ser equiparados aos veículos motorizados.

“Não defendo que a legislação seja mudada, mas seguramente algumas coisas têm de ser repensadas, pois não fazem sentido”, sublinhou o presidente da PRP, vincando, por exemplo, que os ciclistas deviam ser obrigados a terem um seguro, "pelo menos contra terceiros".

José Manuel Trigoso defendeu: “Os ciclistas andam na estrada, podem andar no meio dos veículos, podem ter comportamentos que deem origem a acidentes e, por isso, faz todo o sentido que, em defesa deles próprios e dos outros, exista uma obrigatoriedade de seguro, pelo menos para terceiros, de responsabilidade civil”.

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