Açoriano Oriental
Rastreio de cancro de pele detetou 77 casos suspeitos em 2015
Quarenta serviços de dermatologia de todo o país vão realizar no dia 11 de maio, dia do Euromelanoma, o rastreio gratuito anual, que em 2015 detetou 77 suspeitas de cancro e 112 sinais potencialmente cancerígenos.
Rastreio de cancro de pele detetou 77 casos suspeitos em 2015

Autor: Lusa/AO Online

 

Segundo a Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC), que divulga na quarta-feira os dados mais recentes do cancro da pele no país, é fundamental que as pessoas façam o autoexame e tomem medidas preventivas contra os cancros de pele.

“No dia 11 de maio, Dia do Euromelanoma, mais de 40 serviços dermatologia vão fazer o rastreio gratuito. No dia 4 em www.apcancrocutaneo.pt estarão discriminados os serviços e contactos a que as pessoas poderão recorrer”, disse à Lusa Osvaldo Correia, secretário-geral da APCC.

Desde 2000, há a dedicação de um dia à mensagem do autoexame e do diagnóstico precoce de vários tipos de cancro de pele, acrescentou.

Osvaldo Correia explicou que o melanoma não é o cancro mais frequente, mas é o “mais temível, porque é mortal”.

Existem outros - os mais frequentes são o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular -, sendo que estas lesões se traduzem no maior espetro de cancro humano que existe, explicou o responsável.

“Queremos que as pessoas percebam que não existe um cancro de pele, existem vários cancros de pele e que conheçam as várias fases que um cancro pode ter, para fazerem o autoexame”, sublinhou.

Fazendo um balanço do rastreio de 2015, Osvaldo Correia revelou que entre mais de 1.600 pessoas, foram detetadas 112 com queratoses actínicas, um precursor de carcinoma espinoceular, 16 suspeitas de melanoma e 61 com suspeita clínica de carcinomas.

O responsável da APCC destacou que 65% dos casos já eram suspeitados pelo paciente, o que considerou um motivo de “regozijo no estímulo ao autoexame”.

“À medida que os anos passam vamos tendo cada vez mais sinais, mas é preciso reconhecer o patinho feio: um sinal novo com aspeto mais escuro ou que mudou de cor, que ficou irregular ou uma ferida que não cicatriza. É pelo autoexame que podemos ter menos morbilidade e menos mortalidade”, considerou.

Entre as medidas profiláticas, além do autoexame, Osvaldo Correia destaca a importância dos rastreios periódicos e o cuidado com o sol, sobretudo entre praticantes de desporto ou trabalhadores ao ar livre.

Na quarta-feira serão ainda revelados dados relativos ao perfil do praticante de desporto ao ar livre que pode ter comportamentos de risco, sendo os mais novos e os mais velhos quem mais se expõe: apenas 7% dos praticantes com menos de 25 anos usam chapéu quando estão a correr e 22% dos que têm mais de 45 anos.

Além disso, um inquérito feito a mais de 1.300 participantes em maratonas, revelou que essas pessoas têm um conhecimento de sinais de risco muito baixo: 90% identificam melanoma como sendo um cancro de pele, mas poucas associam os outros.

Assim, apenas 37% associaram o carcinoma vasocelular e 26% associaram o carcinoma espinocelular a cancro, enquanto só 14% reconheceram as queratoses actínicas como risco de cancro de pele.

Osvaldo Correia reconhece a importância da corrida ao ar livre, mas lembra a necessidade de usar e renovar protetor solar, camisola, chapéu e óculos escuros, e de escolher os horários antes das 10:00 ou depois das 20:00, que são as “horas mais seguras”.

As queimaduras solares são reportadas com frequência por estas pessoas, sobretudo no couro cabeludo (homens), orelhas, pescoço e face.

Osvaldo Correia anunciou ainda que durante os dias 13 e 14 de maio vão decorrer ações de formação sobre cancro de pele para profissionais de saúde e educação, com varias sessões, na Universidade católica, em Lisboa.

O secretário-geral da APCC lembrou ainda que as pessoas que frequentam solários têm um histórico de mais queimaduras solares, menores proteções e mais exposição a horas perigosas.

Apesar de já existir legislação para regular o uso dos solários, Osvaldo Correia considera que é preciso mais fiscalização e, idealmente, a sua abolição.

“Já somos dos melhores da Europa, mas queremos alinhar com a Austrália e com o Brasil, que já desistiram dos solários, reconhecidos como cancerígenos da pele e do olho”.

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