Açoriano Oriental
PSD
Rangel admite acordos e coligações com CDS e IL ou governar em minoria sem “partidos radicais”

O candidato à liderança do PSD Paulo Rangel admitiu fazer acordos e até coligações com o CDS-PP e a Iniciativa Liberal com vista a uma maioria absoluta de centro-direita ou governar em minoria, excluindo "partidos radicais" num executivo social-democrata.

Rangel admite acordos e coligações com CDS e IL ou governar em minoria sem “partidos radicais”

Autor: Lusa/AO Online

Em entrevista à TVI, Paulo Rangel defendeu que, se for eleito presidente, o PSD vai batalhar “para ter maioria absoluta”, mas assegurou que não estará fechado a acordos ou coligações - “acho que pode chegar a isso” - com o CDS-PP ou com a Iniciativa Liberal.

Questionado se, para chegar ao poder o PSD depender do Chega, Paulo Rangel prefere não formar Governo, o eurodeputado respondeu: “O Governo do PSD nunca será feito com um partido radical, seja de direita, seja de esquerda”, sem nunca referir o nome do partido liderado por André Ventura.

No entanto, excluiu que tal signifique entregar o poder à esquerda.

“Não necessariamente, Portugal já teve governos minoritários de sucesso”, afirmou, defendendo que o centro-direita já teve maiorias absolutas no passado e pode voltar a ambicioná-las, dizendo que o atual presidente do PSD, Rui Rio, “tem alienado o centro-direita e a direita moderada”.

Questionado se ficaria surpreendido se Rio não se recandidatasse à liderança do partido, Rangel afirmou não ter estados de alma sobre essa matéria.

“Tenho um enorme respeito pessoal e político pelo dr. Rui Rio, que conheço há 20 anos, qualquer decisão que tome respeitarei com enorme recato. Se for candidato terei o maior gosto em disputar eleições com ele”, disse, acrescentando não ter “uma visão pessoal da política”

Sobre o que o distingue do atual presidente - que apoiou nas diretas de há dois anos -, Paulo Rangel apontou a falta de esforço de “agregação” das várias tendências no partido, não convidando adversários como Luís Montenegro ou Miguel Pinto Luz para integrarem órgãos nacionais em 2020, e a forma de oposição ao Governo, que “tem de ser mais firme, mais visível, mais assertiva”.

“Não é uma questão de tom de voz: quando há um líder do partido que resolve acabar com os debates quinzenais, estamos a falar de formas de conceção da democracia. Como é que o maior partido da oposição, com o Governo de António Costa que tem instintos controleiros em certas áreas de forma preocupante, aceita perder o principal instrumento de escrutínio parlamentar?”, questionou.

Na entrevista à TVI, o eurodeputado e antigo líder parlamentar foi questionado se teria o apoio do anterior líder Pedro Passos Coelho e se este seria importante para unir o partido, com Paulo Rangel a dizer não poder responder pelo antigo primeiro-ministro, com quem disse ter desenvolvido uma relação mais próxima desde que foram adversários internos, em 2010, e assegurou que não lhe pediu conselhos antes de avançar.

Rangel defendeu que tem “todas as condições para agregar” as várias correntes do PSD, entre os mais sociais-democratas, mais liberais, mais conservadores ou mais democratas-cristãos.

“Se me permite alguma emancipação, não preciso da tutela de ninguém, seja de quem for, para conseguir o primeiro e mais imediato objetivo como líder do PSD: fazer a unidade, a congregação das várias correntes, porque infelizmente isso não foi feito”, frisou, dizendo já ter apoios de pessoas de “várias sensibilidades”.

Depois do período de disputa eleitoral, que gera “debate e conflitualidade”, Rangel prometeu que se for eleito presidente do PSD agregará não só os que já lhe manifestarem apoio mas “também os que entrem na corrida mais tarde”.

As eleições diretas para escolher o presidente do PSD estão marcadas para 04 de dezembro e o Congresso irá decorrer entre 14 e 16 de janeiro e Paulo Rangel é, por agora, o único candidato anunciado.


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