Autor: Rodrigo Tavares
Já tem mais de 90 obras infanto-juvenis publicadas. O que é que o motiva a continuar a escrever para os mais jovens?
Não sei responder [a essa pergunta]. Já ensaiei responder de várias formas, mas nunca fico contente com a resposta que dou. Eu posso encontrar razões. Talvez porque fui professor... comecei a dar aulas em 1975, ano da revolução, e (...) nessa altura tinha 18 anos. [Talvez] a minha proximidade com os jovens me levasse a escrever para eles e saber aquilo de que gostavam, e saber como reagem. Mas isso não é resposta. Conheço outros autores que não são professores e escrevem para jovens. Só sei que me divirto quando estou a escrever. Levo o meu trabalho muito a sério.
Nunca se sentiu a passar por um processo de repetição?
Não, porque eu não escrevo séries. Mudo sempre de personagens. Talvez tenha obsessões, como todos nós temos. Nos meus livros, por exemplo, há muito a presença da morte, que até é uma coisa [que muitos dizem não ser para crianças]. Tento [inspirar-me] nas zonas interiores do país, não na grande cidade. [Crio] personagens de zonas mais deprimidas, de gente que tem mais dificuldade em viver. Mas gente que sonha e que tenta melhorar a sua vida.
Leia esta entrevista na ínyegra no jornal Açoriano Oriental de 7 de fevereiro