Açoriano Oriental
PSD quer saber se Governo assume custos de insularidade da Universidade dos Açores
Os deputados do PSD eleitos pelos Açores questionaram hoje o Governo sobre se está disponível para assumir o valor associado aos custos de insularidade da universidade da região, avaliados em 1,5 milhões de euros.
PSD quer saber se Governo assume custos de insularidade da Universidade dos Açores

Autor: Lusa/AO Online

 

Numa pergunta entregue na Assembleia da República e dirigida ao ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, os deputados Berta Cabral e António Ventura referem que a Universidade dos Açores “tem vindo a debater-se com graves dificuldades financeiras, decorrentes da dimensão e natureza do mercado onde está inserida”.

“Com efeito, a Universidade dos Açores, com sede na ilha de S. Miguel, com um polo na ilha Terceira e outro na ilha do Faial, tem custos acrescidos relacionados com a insularidade” da região e com “a tripolaridade associada à sua descontinuidade geográfica relativamente ao continente português e à dispersão interna por três ilhas”, lê-se no documento.

Segundo os parlamentares do PSD, um estudo da academia açoriana “sobre os custos associados à insularidade e tripolaridade” totalizam um acréscimo de 1,5 milhões de euros.

“É inegável a importância que a Universidade dos Açores tem para o sistema de ensino superior nacional, pelas áreas de conhecimento a que se dedica, e é também importante relevar o papel que desempenha na coesão social e económica da Região Autónoma dos Açores, proporcionando, num plano de proximidade, que qualquer pessoa possa ter acesso a ensino superior de qualidade”, adianta o documento.

Acresce que a academia, tutelada pelo Governo, “tem tido e tem de continuar a ter uma importância determinante na criação de condições de desenvolvimento e progresso dos Açores, produzindo conhecimento e formando jovens indispensáveis ao processo de desenvolvimento e crescimento” do arquipélago.

Na pergunta, o PSD quer ainda saber se o executivo nacional considera a “possibilidade de proceder à transferência de fundos comunitários para fazer face a necessidades de financiamento” da academia.

A 11 de janeiro, por ocasião da sessão comemorativa dos 40 anos da Universidade dos Açores, o seu reitor, João Luís Gaspar, defendeu ser da “mais elementar justiça” que os governos da República e dos Açores assegurem 1,5 milhões de euros relativos aos custos de insularidade e da denominada tripolaridade da academia.

“Continuaremos a defender que é da mais elementar justiça que o Governo da República e o Governo Regional encontrem um modelo de financiamento que permita minimizar os custos que a Universidade dos Açores suporta a mais, resultado da insularidade e da sua estrutura tripolar [com polos em três ilhas]”, disse João Luís Gaspar.

Na ocasião, o reitor defendeu ser necessário refletir sobre as razões que estiveram na origem das dificuldades financeiras da universidade e que conduziram à “difícil situação” vivida recentemente, obrigando a comunidade académica a “grandes sacrifícios”.

A Universidade dos Açores encontra-se sujeita a um plano de recuperação financeira celebrado com o ministério.

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