Açoriano Oriental
PSD e PS trocam acusações a propósito do novo modelo de transporte aéreo
O PSD/Açores acusou o Governo Regional socialista de nunca ter querido a liberalização das rotas aéreas no arquipélago, enquanto o PS lamentou que os sociais-democratas optem, "mais uma vez", por defender o Governo da República.
PSD e PS trocam acusações a propósito do novo modelo de transporte aéreo

Autor: Lusa/AO online

“O Governo Regional dos Açores nunca quis qualquer liberalização de rotas aéreas, tudo tendo feito para tentar obstaculizar a solução apresentada pelo secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro”, adianta uma nota de imprensa divulgada esta tarde pelo PSD/Açores, que reprova também o facto de o Governo Regional socialista “tudo fazer para chamar a si a paternidade de uma solução que sempre combateu”.

Na resposta, a Comissão Permanente do PS/Açores lamentou que o PSD “não saiba estar à altura dos seus pergaminhos históricos no que diz respeito à autonomia e opte, mais uma vez, por fazer o papel de defensor do Governo da República”, acrescentando que os açorianos “merecem mais por parte do maior partido da oposição”.

O secretário açoriano do Turismo e Transportes acusou hoje ao início da tarde o secretário de Estado Sérgio Monteiro de fazer o papel de “pronto socorro” do PSD regional, na polémica sobre o modelo de transporte aéreo entre o arquipélago e o continente.

Na quinta-feira à noite, o secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, responsabilizou o Governo dos Açores pela demora no novo modelo de obrigações de serviço público de transporte aéreo entre os Açores e o continente, num debate organizado pelo PSD/Açores sobre o novo modelo de transporte aéreo e o impacto na economia regional.

Na nota de imprensa desta tarde, o PSD/Açores sublinha que quando o Governo Regional apresentou a sua proposta de revisão das obrigações de serviço público disse aos açorianos que se tratava de uma iniciativa que iria fomentar a concorrência nas ligações aéreas sem aumentar as necessidades de indemnizações compensatórias.

“De facto, a proposta do Governo Regional aumentava as indemnizações compensatórias e, pior, teria como consequência o reforço do monopólio da SATA, uma vez que a TAP se preparava para abandonar as rotas dos Açores caso ela fosse aprovada e nenhuma companhia de baixo custo aceitava voar nas condições impostas”, sustentam os sociais-democratas.

Os socialistas consideram que em causa está uma “desesperada tentativa por parte do líder do PSD/Açores de tentar, mais uma vez, colar-se a um processo liderado pelo Governo dos Açores com benefícios para os açorianos e para a nossa economia”.

“As açorianas e os açorianos sabem perfeitamente que o Governo dos Açores esteve mais de dois anos à espera que o Governo da República, da responsabilidade do PSD, respondesse à proposta açoriana. Sabem igualmente que o Governo dos Açores não abdicou de uma cláusula de salvaguarda e proteção dos residentes e dos estudantes, através da definição de um teto máximo de 134 euros a pagar pela tarifa”, referiu o PS/Açores num comunicado assinado por Francisco César.

O executivo açoriano enviou para o Ministério da Economia a sua proposta de revisão das obrigações de serviço público do transporte aéreo entre os Açores e o continente em maio de 2012, mas o anúncio da consensualização do novo modelo só ocorreu em julho de 2014.

A 18 de julho, o líder do PSD/Açores e o presidente do Governo Regional anunciaram, separadamente, o estabelecimento de um acordo entre a região e a República quanto ao novo modelo, que prevê uma nova tarifa de residentes nas ligações aéreas entre a região e o continente de 134 euros e no caso dos estudantes de 99 euros.

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