Autor: Lusa/AO online
"Claro que não interessa ao Governo socialista admitir a situação a que fez chegar as finanças públicas regionais. É um incómodo para os socialistas, designadamente neste tempo que estamos a viver", afirmou António Marinho, vice-presidente da bancada parlamentar do PSD/Açores, referindo-se à proximidade das eleições regionais.
António Marinho, que falava numa conferência de imprensa em Ponta Delgada, frisou que é “irresponsável vender situações ilusórias ou fantasias aos açorianos”, denunciando a “fórmula fantasiosa” que o executivo regional utiliza “quando é confrontado com os seus insucessos”.
Para os sociais-democratas, o “refúgio das reações do Governo socialista” nessas ocasiões, é afirmar que os dados em causa confirmam o que o Governo dos Açores vinha afirmando.
“Foi essa também a reação à realidade que está bem patente” no relatório da IGF sobre a situação financeira dos Açores, salientou António Marinho, acrescentando que o documento “deixa claro” que a dívida das entidades públicas regionais ascendia a 2,3 mil milhões de euros no final de 2011.
Segundo o PSD, se for deduzida a essa dívida “a que respeita às autarquias e ao setor empresarial local, fica-se [essa dívida] por quase dois mil milhões de euros no que respeita à administração regional e ao setor público empresarial regional”.
Entre outras questões, António Marinho destacou o “descalabro financeiro” do setor da saúde, onde as responsabilidades totais ascendem a mil milhões de euros, e os “riscos de derrapagem” orçamental, que “os responsáveis socialistas tentam desmentir”.
“A situação preocupante do desemprego ou os números acentuadamente negativos que vão caracterizando o setor do turismo são objeto da mesma desvalorização ou negação”, afirmou o vice-presidente da bancada social-democrata, acrescentando que “o Governo socialista está isolado, completamente só nas suas fantasiosas afirmações”.
Para António Marinho, esta situação faz com que seja “determinante” o debate de urgência que o PSD vai promover sobre o relatório da IGF na próxima semana, na última sessão plenária da Assembleia Legislativa dos Açores nesta legislatura.