Açoriano Oriental
Covid-19
PSD/Açores acusa PS de falta de solidariedade com olhos postos nas autárquicas

O PSD/Açores acusou, esta quarta-feira, o PS de falta de solidariedade com o Governo Regional, agora que está na oposição, e de tentar tirar dividendos políticos da pandemia de Covid-19, com os olhos postos nas eleições autárquicas.

PSD/Açores acusa PS de falta de solidariedade com olhos postos nas autárquicas

Autor: Lusa/AO Online

“O agora líder da oposição decide não devolver esta mesma solidariedade e mergulha de forma politicamente irresponsável na espuma dos dias, com o objetivo de manifestamente procurar retirar dividendos políticos do combate à pandemia de Covid-19 para as próximas eleições autárquicas, onde tem claramente os olhos postos”, afirmou o líder da bancada parlamentar social-democrata, Pedro Nascimento Cabral, numa declaração política no plenário da Assembleia Legislativa dos Açores, na Horta.

O líder parlamentar do PSD sublinhou que, no passado, os partidos que agora integram o executivo açoriano (PSD, CDS e PPM) demonstraram sempre solidariedade com o executivo socialista “mesmo nas decisões mais controversas”, como a imposição de isolamento profilático a passageiros, o cancelamento de ligações interilhas ou a determinação de cercas sanitárias.

Pedro Nascimento Cabral acusou o ex-presidente do executivo açoriano e líder do PS/Açores, Vasco Cordeiro, de defender o reforço de vacinação da ilha de São Miguel “numa atitude manifestamente eleitoralista” e em “dissonância” com outros deputados socialistas, quando sabe que “esta vacinação está em curso e em ritmo crescente”.

“É preciso que fique bem registado que foi a pressão contínua por parte do executivo regional (...) que determinou a vinda do coordenador nacional de vacinação, vice-almirante Gouveia e Melo e uma equipa militar para, ao nosso lado, acelerar a cadência de vacinar os nossos concidadãos”, reforçou.

A operação “Periferia”, que arrancou a 06 de junho, prevê a vacinação em massa contra a Covid-19 em cinco das seis ilhas sem hospital dos Açores (no Corvo já tinha decorrido em fevereiro e março), com a colaboração de uma equipa de militares disponibilizados pelo Ministério da Defesa Nacional.

Em resposta, Vasco Cordeiro, disse que o PS não abdicará de apresentar propostas, sejam “mais ou menos confortáveis para o governo”, citando o agora vice-presidente do executivo açoriano que, no passado, enquanto líder da bancada parlamentar do CDS-PP, disse que “a democracia não se suspende”.

“Indicia um desconforto pouco democrático da sua parte, esta preocupação com a questão da solidariedade. O Governo Regional dos Açores tem toda a solidariedade que é importante para benefício do povo dos Açores. O Governo Regional dos Açores vive numa democracia e o papel de cada um dos partidos não pode ser olvidado”, frisou.

Cordeiro reiterou a preocupação com a situação pandémica em São Miguel, a que tem mais casos ativos de infeção por SARS-CoV-2, e a convicção de que “o reforço de vacinas” nas ilhas sem hospital “deveria ter sido aproveitado” para reforçar a vacinação naquela ilha.

O presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, garantiu estar “feliz” com os resultados alcançados na vacinação contra a Covid-19 no arquipélago.

“Está a correr com sucesso. O que me penaliza como cidadão é que parece que alguns se inquietam com o sucesso dos outros”, salientou, considerou que isso é “inaceitável eticamente”.

Bolieiro defendeu que a majoração das ilhas sem hospital permite “beneficiar as ilhas com hospital pela disponibilidade do contingente programado de vacinas atribuídas aos Açores”.

O preside do Governo anunciou que a região vai “empenhar já e rapidamente” a inoculação de 5.550 vacinas da Janssen (de uma só toma) nas ilhas de São Miguel e Terceira.

Nuno Barata, da Iniciativa Liberal, acusou a bancada social-democrata de tentar tirar “dividendos político-partidários” da pandemia, lamentando que Pedro Nascimento Cabral não tenha aproveitado a oportunidade para questionar o Governo sobre os atrasos na atribuição de apoios a famílias e empresas, alegando que alguns pais aguardavam desde abril pelo apoio pelo encerramento das escolas.

Também António Lima, do BE, referiu esses mesmos atrasos e defendeu uma “vacinação idêntica em todas as ilhas”.

“Como é que se faz desenvolvimento harmónico dizendo a ilhas que, por terem hospital, a sua vacinação vai demorar mais tempo?”, questionou.

Paulo Estêvão, do PPM, criticou a falta de “coerência” do discurso dos deputados do PS, alegando que uma parte dos deputados reivindicou um reforço de vacinas para as ilhas sem hospital e o seu líder “exatamente o contrário”.

O deputado monárquico alertou para a vulnerabilidade das ilhas sem hospital, acrescentando que o reforço de vacinas para essas ilhas permitiu “libertar meios” para as restantes ilhas.

Catarina Cabeceiras, do CDS-PP, destacou os “constrangimentos” das ilhas sem hospital, mas disse que “todo o processo de vacinação vai ser acelerado”, porque “as vacinas que viriam para as ilhas sem hospital vão ser disponibilizadas para as ilhas com hospital”.

A líder da bancada centrista criticou ainda o “ruído” que alguns partidos tentam criar sobre uma alegada “competição” no Governo, garantindo que todos os partidos da coligação estão “a remar para o mesmo lado”.

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