Autor: Lusa/AO Online
O parlamentar socialista acusou mesmo a liderança do PSD/Açores de Alexandre Gaudêncio de “ser amadora”, tendo manifestado “grande preocupação” com o “declínio nacional” da estrutura regional social-democrata.
O socialista, na sequência de um debate no parlamento dos Açores sobre a situação da fileira do leite, aludia ao facto de o PSD/Açores, pela primeira vez, não ter um candidato em lugar elegível na lista nacional, ficando de fora da família do Partido Popular Europeu (PPE), contrariamente ao PS/Açores, que assegurou a quinta posição na lista nacional através de André Bradford.
Para José San-Bento, a ausência de um parlamentar pelo PSD/Açores na lista nacional ao Parlamento Europeu na próxima legislatura, revela o “declínio da influência” daquela força política.
A deputada Sabrina Furtado, que assume as funções de secretária-geral do PSD/Açores, recordou a José San-Bento que o PS/Açores, também em 1994, não conseguiu colocar um elemento elegível na lista nacional do PS para o Parlamento Europeu.
Considerando que a liderança do PSD/Açores “está de saúde e recomenda-se”, a deputada social-democrata disse que o poder de influência dos socialistas açorianos perante a estrutura nacional e a República tem “crescido com os anos”.
Para a parlamentar, a estrutura regional do PS e o Governo Regional têm vindo, neste quadro, a “receber ordens do patrão que está na República, que continua a mandar” no PS e no Governo Regional, “demitindo-se o partido do exercício de autonomia”.
O parlamentar socialista confirmou que o PS/Açores ficou sem candidato, mas “não se eximiu de fazer a pedagogia e o esclarecimento” das questões europeias, tendo feito campanha eleitoral.
José San-Bento aludia à decisão da liderança do PSD/Açores de não participar na campanha para as eleições europeias como represália pelo facto de o líder Rui Rio não ter colocado Mota Amaral em lugar elegível.
“Não rejeitamos as nossas responsabilidades políticas e cívicas em 1994”, declarou José San Bento, que referiu que Sabrina Furtado deve “desiludir-se com as comparações feitas”.
A direção do PSD/Açores deu uma indicação ao líder nacional do partido, Rui Rio, de que gostaria de ver Mota Amaral como candidato a lugar elegível na lista nacional ao Parlamento Europeu, mas este foi colocado em oitavo lugar, o que, de acordo com as sondagens, não é elegível.
O PSD/Açores retirou assim o seu candidato e resolveu não realizar campanha eleitoral para as eleições europeias ao lado da estrutura nacional, tendo dado indicação de voto útil aos seus militantes.