PS diz que “resolveu problema” das grávidas dos Açores sem alterar Código do Trabalho
14 de jul. de 2023, 17:29
— Lusa
Em declarações aos
jornalistas, na sede do PS/Açores em Ponta Delgada, o parlamentar
socialista considerou que a anteproposta de lei da Assembleia
Legislativa Regional (ALRAA), que previa apoios para os acompanhantes
das grávidas das ilhas sem hospital, era uma “boa proposta”, mas tinha
uma “característica técnica que inviabiliza a sua aprovação”.“Era
uma boa proposta, mas tinha uma característica técnica que inviabiliza a
sua aprovação, que era o facto de alterar o Código de Trabalho. A
última alteração feita ao Código de Trabalho na Assembleia da República
demorou cerca de dois anos a ser efetuada e obrigava a concertação
social”, declarou.Em causa está o chumbo
pelos deputados do PS, na passada semana, na Assembleia da República, de
uma proposta da autoria dos partidos que apoiam o Governo da região
(PSD, CDS-PP e PPM), que pretendia atribuir apoios aos acompanhantes das
grávidas das ilhas sem unidade hospitalar e que tinha sido aprovada por
unanimidade nos Açores.O PS acabou por apresentar uma proposta, que foi aprovada, “que resolve o problema” sem alterar o Código do Trabalho.“A
proposta da ALRRA seria chumbada pelo grupo parlamentar [do PS] pois
alterar o Código do Trabalho seria uma linha vermelha desde há muito
assinalada. O que cabe aos deputados do PS fazer? Cabe olhar aos
problemas e resolver”, afirmou César.O
deputado afirmou que os deputados do PS eleitos pelos Açores
“trabalharam com vários juristas para encontrar uma solução que
conseguisse ter os mesmos efeitos do que a proposta da ALRAA, sem
motivar a reabertura da concertação social”.“Aquilo
que é a nossa obrigação não é olhar para um problema e dizer que não há
solução. A única solução que havia era tentar encontrar um mecanismo
jurídico que permitisse ter o mesmo efeito de apoio aos acompanhantes
das grávidas sem que isso fosse feito através de uma alteração ao Código
do Trabalho”, vincou.Francisco César
lembrou que o primeiro-ministro, António Costa, tem vindo a rejeitar a
“reabertura da discussão sobre o Código do Trabalho”, sem que exista
tempo para “avaliar as alterações que foram realizadas”. “O próprio secretário-geral do PS disse-me: arranja uma solução que não mexa no Código do Trabalho”, revelou o deputado.E
acrescentou: “Nós nem daqui a um ano teríamos a especialidade feita
desta proposta, pois deixaríamos de falar dos acompanhantes das grávidas
para falar sobre matérias laborais que interessam a outras forças
politicas para reabrir a discussão. A nossa resposta foi para resolver
os problemas”.Francisco César lamentou
ainda os ataques de que os deputados do PS na Assembleia da República
foram alvo no parlamento açoriano.“Hoje
quando se discorda do Governo dos Açores, corre-se sempre o risco de ser
insultado e ameaçado, mas nós considerámos que na política e na vida
não deve ser assim”, condenou.Na
quinta-feira, a bancada do PSD no parlamento açoriano considerou uma
vergonha e um ataque à autonomia o chumbo, na Assembleia da República da
uma proposta da região sobre os acompanhantes das grávidas das ilhas
sem hospital.“Trata-se de um ataque
vergonhoso à nossa autonomia. É um ato hostil para com os nossos órgãos
de governo próprio. Nunca se viu tal coisa”, acusou Paulo Silveira,
deputado do PSD/Açores.