Açoriano Oriental
PS critica falta de empenho do PSD na revisão dos fundos comunitários

O líder da bancada do PS na Assembleia Legislativa dos Açores, André Bradford, criticou hoje a falta de empenho demonstrada pelo PSD/Açores no processo de revisão dos fundos comunitários após 2020.

PS critica falta de empenho do PSD na revisão dos fundos comunitários

Autor: Lusa/AO online

"Dá ideia que este PSD/Açores não se sente confortável com a ideia de que a região possa vir a manter o mesmo nível de apoios comunitários", desabafou o parlamentar socialista, numa declaração política feito no parlamento dos Açores, que está reunido desde terça-feira na Horta.

André Bradford deu como exemplo desta postura o artigo de opinião publicado por Duarte Freitas, líder regional dos sociais-democratas, que fala na "suposta má gestão dos apoios europeus" no arquipélago e ainda nas denúncias feitas pela eurodeputada do PSD Sofia Ribeiro sobre os "sinais pouco animadores" da atuação dos governos, regional e nacional, do PS, sobre a revisão dos critérios dos fundos comunitários.

"Fica-se com a sensação de que este PSD/Açores se sente tanto mais confiante, do ponto de vista político-eleitoral, quanto menos meios de estímulo financeiro a região dispuser para prosseguir o seu rumo de desenvolvimento e melhorar a qualidade de vida dos açorianos", concluiu o líder parlamentar socialista, lamentando que, nesta matéria, não estejam todos a puxar para o mesmo lado.

O deputado do PS recordou, a este propósito, o acordo alcançado, a nível nacional, entre o primeiro-ministro, António Costa, e o líder do PSD, Rui Rio, que, no seu entender, "foi capaz de pôr de lado o instinto partidário e perceber que uma boa negociação em Bruxelas é garantia de um melhor futuro para Portugal.

"Talvez por isso, Rui Rio nunca tenha sido o preferido de Duarte Freitas. Talvez por isso o PSD/Açores também não seja o preferido de Rui Rio", ironizou o líder da bancada socialista no parlamento regional.

Na resposta, Duarte Freitas, líder parlamentar do PSD, lamentou a postura do Partido Socialista que, ao mesmo tempo que apela a um consenso em torno da defesa dos interesses dos Açores no processo de revisão dos fundos comunitários, lança "provocações" à oposição.

"Vem o senhor aqui pedir sentido institucional, misturado com provocações? Olhe que é preciso mesmo, da nossa parte, haver muito sentido institucional, como temos, para não responder às suas provocações e pôr os Açores acima de tudo", realçou o parlamentar social-democrata.

Duarte Freitas garantiu que o PSD/Açores também busca um consenso alargado sobre o processo de revisão dos fundos comunitários e deu como exemplo uma carta enviada ao Governo, a propósito das alterações ao programa comunitário POSEI, que nunca foi, no entanto, respondida pelo executivo açoriano.

Também Artur Lima, líder da bancada do CDS, lamentou que o PS e o Governo que suporta apenas se preocupem com "consensos" na altura da negociação dos fundos comunitários, lamentando que depois de definidas as tranches, os socialistas e o executivo utilizem as verbas "como querem e entendem".

"O PS só vem pedir consenso a montante, porque quando chega a jusante, o PS já não quer consenso. Aplica os fundos da maneira que quer, com duas ou três cabeças iluminadas nesta região, que distribuem no secretismo do seu gabinete, os fundos como querem e entendem", insistiu o parlamentar centrista.

O secretário regional adjunto da Presidência para os Assuntos Parlamentares, Berto Messias, garantiu, na ocasião, desconhecer o pedido formal do PSD a propósito do programa POSEI, mas assegurou que iria inteirar-se sobre o assunto e que "ainda hoje" faria chegar uma resposta aos sociais-democratas.


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