Açoriano Oriental
PS/Açores lamenta que Conselho da Diáspora não integre SDEA, governo diz que não faz falta

O PS/Açores lamentou que o Conselho da Diáspora Açoriana, recentemente criado, não integre a extinta Sociedade para o Desenvolvimento Empresarial dos Açores (SDEA), mas o executivo (PSD/CDS-PP/PPM) disse que a entidade não faz falta.

PS/Açores lamenta que Conselho da Diáspora não integre SDEA, governo diz que não faz falta

Autor: Lusa/AO Online

“A SDEA garantia a este organismo e, principalmente, ao seu público-alvo a capacidade de construir pontes entre diferentes parceiros institucionais, privados e públicos, criando, por esta via, sinergias de trabalho em múltiplas áreas de intervenção fossem elas económicas, científicas ou tecnológicas”, avançou a deputada socialista Ana Luís, numa declaração política, no plenário da Assembleia Legislativa dos Açores.

Anunciado pelo anterior executivo açoriano, do PS, em 2019, o Conselho da Diáspora Açoriana foi instalado no passado dia 10 de junho, Dia de Portugal, após a eleição de 19 representantes das comunidades emigrantes açorianas mais expressivas.

Ana Luís, uma das representantes do parlamento açoriano no conselho, destacou a importância deste órgão enquanto “instrumento fundamental” para o envolvimento político, económico e social das comunidades emigrantes, mas lamentou que tenha deixado de integrar a Sociedade para o Desenvolvimento Empresarial dos Açores, extinta pelo atual executivo.

Nesse sentido, defendeu que “a Câmara do Comércio e Indústria dos Açores deveria ser convidada, enquanto entidade privada, a participar nas reuniões deste organismo”.

“Esta proposta faz tanto mais sentido quanto o facto, como já referido anteriormente, de o atual Governo Regional ter extinguido a entidade que visava a promoção externa dos Açores e a captação de investimento externo”, reiterou.

"Este conselho promove um espaço de diálogo e partilha de conhecimento, mas será, acima de tudo, um espaço privilegiado para pensar o futuro dos Açores. Saibamos por isso, agora que já se procedeu à sua instalação, promover a sua dinamização", acrescentou.

Em resposta, o vice-presidente do Governo Regional, Artur Lima, que tutela a área das Comunidades, salientou que, a par da política da saudade, que “deve ser mantida, enfatizada e sempre cuidada”, o novo executivo açoriano pretende reforçar o “relacionamento económico” com os emigrantes açorianos.

“Uma estratégia económica, atrever-me-ia a chamar-lhe diplomacia económica, que nós queremos enfatizar muito, implementar, intensificar e criar de novo com as nossas comunidades”, apontou, acrescentando que o executivo “é bem capaz de o fazer”, junto dos empresários e com as câmaras de comércio.

Quanto à SDEA, Artur Lima disse que desde a sua criação, em 2015, só se deslocou uma vez aos Estados Unidos da América para contactos, sem que tivessem sido conhecidos resultados.

“Não vejo que a SDEA faça grande falta neste processo. Acho que o Governo Regional tem toda a dinâmica para o fazer”, salientou.

O vice-presidente do executivo açoriano acrescentou que ouviu “queixas de falta de informação, de muita burocracia, de quererem investir e ninguém os ajudar”, alegando que se a SDEA tinha esse papel nunca recebeu ‘feedback’ de que tenha ajudado os emigrantes açorianos.

“Temos emigrantes muito bem sucedidos em diversas áreas, na saúde, na cultura, no turismo, nas novas tecnologias, e nós queremos trazê-los para cá, como também queremos levar os nossos lá, e queremos que estabeleçam laços de pertença que sejam efetivos e materializáveis”, frisou, comprometendo-se a criar uma “via verde do investimento da diáspora nos Açores”.

O Conselho da Diáspora Açoriana é um órgão consultivo, que pretende “assegurar a participação, a colaboração e a auscultação dos açorianos no mundo, para a definição de objetivos comuns, no projeto de desenvolvimento dos Açores, através do debate, da emissão de pareceres, de sugestões e de propostas relacionadas com a emigração e a diáspora açoriana”.

É presidido pelo presidente do Governo Regional e constituído por 35 membros, incluindo os 19 conselheiros eleitos pelas comunidades açorianas.


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