Autor: Lusa/AO Online
“Os Açores fazem parte do todo nacional. Depois de 40 anos de democracia não faz sentido nenhum que não haja um candidato ou uma candidata a partir dos Açores”, defendeu Graça Castanho à agência Lusa.
De acordo com a docente da academia açoriana, os Açores e a Madeira dão “grandiosidade territorial a Portugal”, o que “atribui grandes responsabilidades” em termos de gestão dos destinos do país.
“Ter uma mulher açoriana a avançar é também promover as mulheres e a força das mulheres na discussão dos destinos comuns do nosso país”, considerou.
“Estou a concorrer como independente e a minha candidatura corresponde a uma proposta bastante inovadora em Portugal porque propõe uma campanha circular que não se posiciona nem à esquerda, nem ao centro, nem à direita, para que se possa agir com isenção e imparcialidade”, declarou a professora universitária.
A potencial candidata açoriana considera ser “urgente promover um exercício de unidade nacional, unindo as parcelas do território”, porque “os Açores desconhecem a Madeira, a Madeira desconhece os Açores, os dois arquipélagos desconhecem o continente, que também desconhece os seus arquipélagos”.
“Temos divergências incríveis entre o litoral e o interior, o norte rivaliza com o sul e com o centro, e vice-versa”, acentuou a candidata, que preconiza uma presidência de proximidade que vá de encontro das populações mais abandonadas de Portugal.
“Portugal não é só Lisboa, não são só os centros urbanos, nós temos populações esquecidas e abandonadas pelas suas sucessivas presidências e é preciso trabalhar, ir ao Portugal profundo”, preconizou.
Questionada sobre se gostaria que Carlos César - atual presidente do PS e antigo presidente do Governo Regional dos Açores - apoiasse uma sua candidatura, Graça Castanho [que foi diretora regional de um dos governos do ex-presidente do executivo açoriano] refere que quer “toda a gente como cidadã”.
“Quem vier para me apoiar só virá nesta qualidade, não representando partidos nem com cores partidárias”, afirmou.
Graças Castanho disse ainda que quer honrar o legado dos dois primeiros presidentes da República, Manuel da Arriga e Teófilo Braga, ambos naturais dos Açores, bem como promover e limitar o exercício do cargo de Presidente da República a apenas um mandato.
“Dez anos é demais. Quando nós falamos de moralizar a política também precisamos muito de trabalhar esta ideia de que estar em cargos públicos não é algo vitalício. Nós não temos o direito de cansar o povo nem de nos apoderarmos dos cargos”, declarou a candidata oriunda dos Açores.
A concretizar-se esta candidatura será a primeira vez no pós 25 de Abril as eleições presidenciais podem vir a contar com um candidato oriundo dos Açores.