Açoriano Oriental
Produção de azeitonas a metade e cerejas a menos de metade
A produção nortenha da azeitona para azeite caiu quase para metade e as cerejas de Lisboa e Vale do Tejo serão este ano menos de metade, revela o relatório de Acompanhamento e Avaliação dos Impactos da Seca.
Produção de azeitonas a metade e cerejas a menos de metade

Autor: Lusa / AO online

 

Entre a fruta produzida na região de Lisboa e Vale do Tejo, o maior problema parece ser na cereja que deverá ter uma quebra entre os 50 e os 60 por cento, devido à precipitação intensa que caiu durante o mês em que normalmente ocorre a maturação dos frutos.

A região foi também afetada pela seca, que obrigou os agricultores a recorreram mais à rega, provocando uma descida dos níveis de água armazenada nos reservatórios que se encontram agora em “níveis mais baixos do que seria de esperar”.

“Os horticultores receiam não poder manter o ritmo e dotação de água de rega a partir da segunda quinzena de julho e início de agosto. A disponibilidade de água é inferior ao normal para a época”, refere o documento agora divulgado.

A horticultura em Lisboa e Vale do Tejo, que utiliza reservas superficiais de água, “irá ver o ritmo de produção afetado", alerta o documento do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (MAMAOT) relativo à situação do país em junho.

As condições climatéricas têm também afetado os olivais em Trás-os-Montes, não permitindo o crescimento das azeitonas e a sua queda, prevendo-se agora "quebras relevantes na produção”.

O relatório fala em quebras na ordem dos 31 por cento da produção destinada a azeitona para conserva e de 54 por cento no caso de azeitona para azeite. No Alentejo, "a situação é idêntica", lê-se no documento, que não avança com dados percentuais.

Já para as regiões do Oeste, Santarém, Lezíria do Tejo e Médio Tejo prevê-se uma boa campanha de azeitona.

A falta de chuva sente-se no Alentejo, onde as pequenas albufeiras e charcas se encontram "praticamente esgotadas", e na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Os agricultores estão a diminuir a área de cultivo do milho grão em certas zonas, como a Península de Setúbal, por receio de falta de água para rega. Nesta zona do país, também se prevê já uma diminuição da área de arroz.

Em Lisboa e Vale do Tejo, a produção de forragens já “está comprometida este ano pela seca”, lê-se no documento baseado na avaliação das Direções Regionais de Agriculturas e Pescas.

A produtividade de searas de trigo e cevada também deverá ser inferior à de um ano normal, em cerca de 15 a 40 por cento.

A batata de sequeiro, por exemplo, regista uma diminuição de produção e a de regadio uma diminuição de área. Os tubérculos estão mais pequenos mas “de boa qualidade”, lê-se no documento.

As maçãs Bravo Esmolfe deverão registar uma diminuição de produção e as peras poderão não ser tão grandes por falta de calor. Da mesma forma, os citrinos algarvios também deverão ser mais pequenos “o que os desvaloriza”.

A vinha conseguiu recuperar o atraso vegetativo, apresentando no entanto "uma evolução irregular”.

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