Autor: Lusa/AO Online
“O processo foi retomado, tendo três mil pessoas sido retiradas de Kafraya [localidade controlada pelo regime de Damasco] e 300 de Zabadani e de outras duas povoações sob controlo de forças rebeldes”, disse à France Presse Rami Abdel Rahmne, diretor do Observatório Sírio para os Direitos do Homem.
Um jornalista da AFP viu dezenas de autocarros a abandonar Foua e Kafraya, por volta das 04:00 (01:00 em Lisboa), nos arredores da cidade de Alepo, e conduzidos a Rachidine, estabelecida como zona de trânsito de acordo com os planos de evacuação.
A retirada de civis das áreas cercadas foi interrompida após o atentado que atingiu os ocupantes de autocarros que abandonavam Foua e Kafraya, no sábado.
O ataque, não reivindicado, fez 126 mortos, entre os quais 68 crianças, de acordo com as informações do Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).
Hoje, segundo a AFP, a operação decorreu sob fortes medidas de segurança, sendo visível a presença de rebeldes armados junto aos veículos que transportavam os refugiados.
O processo de evacuação tinha sido iniciado na sexta-feira depois de ter sido alcançado um acordo que contou com a intervenção de negociadores do Qatar, apoiante dos rebeldes, e do Irão, aliado do regime de Damasco.
Até ao momento, cerca de cinco mil civis e soldados sírios saíram de Foua e Kafraya e mais de 2.200 pessoas conseguiram abandonara Zabani e Madaya, áreas controladas pelos rebeldes.
Com a evacuação registada hoje cumpre-se a primeira fase do processo sendo que a próxima etapa deve decorrer dentro dos próximos dois meses, de acordo com os termos do acordo alcançado entre as partes.
O conflito na Síria prolonga-se desde 2011 e fez mais de 320 mil mortos e milhões de refugiados.