“Fernando Pessoa perguntava: Valeu a pena?’, e respondia, ‘Tudo vale a pena se a alma não é pequena’. Valeu a pena que a alma de Portugal, do nosso Governo, nas nossas equipas, continue grande”, afirmou o líder venezuelano no encerramento da 8ª Comissão bilateral Portugal-Venezuela que decorreu esta tarde no CCB, última etapa da sua deslocação de algumas horas à capital portuguesa no âmbito do seu primeiro périplo europeu.
“E vale a pena que o destino dos nossos povos continue grande. Pela nossa parte, continuaremos a ampliar o seu destino e continuar, como dizia Pessoa, a ampliar a grande alma do destino dos nossos povos”, sublinhou ao lado do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho e perante uma plateia onde pontuavam membros dos governos e representantes empresariais dos dois países.
Na sua intervenção, que se seguiu ao discurso do primeiro-ministro português, o sucessor do falecido Hugo Chávez na presidência venezuelana após as renhidas presidenciais de 14 de abril não esqueceu a comunidade portuguesa no seu país, “que marcou os últimos 50 anos”, e elogiou o “mapa de relacionamento” que se foi construindo “com novas fórmulas” entre Lisboa e Caracas.
“Nas 13 áreas de cooperação bilateral fomos no fundamental generosos, na área energética, mineira, infraestruturas, construção civil, comércio, área financeira, saúde, turismo, alimentação, cultura”, recordou.
Maduro destacou ainda os “14 acordos” assinados esta tarde, reveladores de um “clima de confiança política, económica e humana, que afinal é a que engloba toda a confiança se trabalharmos numa base de respeito”.
Uma relação bilateral também baseada na “comunicação permanente, com base no interesse no progresso e prosperidade comum dos povos” e que permitiu a assinatura “de acordos muito importantes e interessantes”.
O chefe de Estado destacou ainda a importância da realização de oito comissões mistas em quatro anos, uma média de duas anualmente, “porque permite dar continuidade e pressão para que os projetos não adormeçam, para que a vontade política do nosso Governo não caia no vazio”.
Um processo de crescente aproximação e que permitiu a Maduro convocar a memória do ex-chefe de Estado que o designou como sucessor antes da sua morte, em 5 de março, devido a um cancro na zona pélvica.
“Dá-nos uma grande alegria porque tudo isto foi sonhado pelo comandante Chávez. O Presidente Hugo Chávez sonhou com uma relação estreita e forte Portugal-Venezuela. E encontrou-se a oportunidade em 2008, e queremos agradecer ao primeiro-ministro Passos Coelho e ao seu ministro dos Negócios Estrangeiros Paulo Portas e a todo o Governo de Portugal para ter mantido esta opção de cooperação, de trabalho conjunto, muito importante para o nosso país”.
Maduro recordou ainda que a Venezuela se mantém empenhada num “grande objetivo de desenvolvimento industrial, com transferência de tecnologia e desenvolvimento de infraestruturas, desenvolvimento agroalimentar”, voltando a destacar a importância das conclusões 8ª comissão mista entre os dois países.
“Vamos muitos satisfeitos pelo facto de a 8ª comissão ter permitido manter o ritmo de crescimento na qualidade dos projetos e nas áreas de cooperação”, frisou.
