Autor: Lusa/AO online
"Ao longo de uma existência marcada pelos valores da autenticidade e da dignidade humanas, Ana Vicente destacou-se como uma mulher de causas e de fé, que nunca deixou de lutar pelos princípios em que acreditava e de pugnar por um Portugal mais justo", lê-se numa mensagem do chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, enviada à família de Ana Vicente e que foi divulgada no 'site' da Presidência da República.
Na missiva, Cavaco Silva destaca ainda o contributo fundamental para o combate à discriminação e para a afirmação dos direitos das mulheres portuguesas dado por Ana Vicente, quer na Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres, a que presidiu entre 1992 e 1996, em inúmeras intervenções públicas e ainda através de uma vasta obra escrita.
A escritora, investigadora e defensora dos direitos das mulheres Ana Vicente morreu no domingo, aos 72 anos, vítima de cancro.
Nascida em 1943, Ana Vicente licenciou-se em Letras pela Universidade de Lisboa, foi professora, tradutora, investigadora, e autora de mais de uma dezena de livros sobre questões de género, História, biografia, e obras para crianças.
Entre outras atividades, trabalhou na Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres, à qual presidiu entre 1992 e 1996, e foi membro de várias Organizações Não Governamentais, incluindo o Movimento Internacional "Nós Somos Igreja".
Entre outras obras publicou "As Mulheres em Portugal na Transição do Milénio" (1998), "As Mulheres Portuguesas vistas por Viajantes Estrangeiros, século XVIII, XIX e XX"(2000), "Arcádia - Notícia de uma Família Anglo-Portuguesa" (2006) na qual relata a história da própria família.
Na literatura infantil, escreveu, entre outros livros, "O H Perdeu uma Perna", "Para que serve o Zero?", "Onde acaba o Arco-Íris?", "Como passa o Tempo?", ilustrados por Madalena Matoso.