Açoriano Oriental
Presidente da República lamenta que em Portugal não se reconheça o papel das fundações
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou hoje que em Portugal ainda não se reconheça o papel de fundações como a de Lapa do Lobo, criada por uma família e que presta um serviço público às populações.
Presidente da República lamenta que em Portugal não se reconheça o papel das fundações

Autor: Lusa/Açoriano Oriental

 

"Eu sei o que é a responsabilidade de dirigir uma fundação. É uma grande responsabilidade, porque em Portugal ainda não se reconhece o papel das fundações. Lá fora há essa tradição, cá não, começa a reconhecer-se", disse Marcelo Rebelo de Sousa, durante uma visita à Fundação Lapa do Lobo.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, quando alguém morre e deixa "uma fortuna para ser colocada ao serviço da comunidade", a sua vontade tem de ser respeitada.

"Temos que respeitar a vontade, ele já cá não está para protestarmos, portanto, lá se respeita mais ou menos", referiu, acrescentando que, no entanto, quando as pessoas estão vivas, o relevo que se dá não é o merecido.

A Fundação Lapa do Lobo, que dinamiza atividades nos concelhos de Nelas e de Carregal do Sal (no distrito de Viseu), foi criada em 2007 pela família Cunha Torres, à qual Marcelo Rebelo de Sousa reconheceu "grande mérito", por não ter esquecido as suas raízes.

O Presidente da República frisou que se trata de uma família que, em vez de ficar com o dinheiro só para os filhos e os netos, decidiu "ajudar a criar riqueza - e a mais importante é a riqueza humana - onde mais falta faz e mais importante é para o futuro".

Além de serviços às populações, a fundação tem uma oferta cultural e pedagógica que inclui a realização de exposições, ciclos de cinema, teatro, poesia, cursos e ateliers de artes e ofícios artesanais, educação musical, ginástica, seminários e workshops e desenvolve um programa educativo em interligação com as escolas e a biblioteca da fundação.

Marcelo Rebelo de Sousa frisou que a fundação não se dedica apenas aos mais novos, tendo também cursos para "os menos jovens".

"Fiquei cheio de vontade de, quando acabar o meu mandato presidencial, vir para aqui para tirar um desses cursos, para ver se consigo encontrar um talento. Ainda por cima com o vinho do Dão, isso então é irresistível", gracejou.

Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que, em 1984/85, escolheu esta zona do país para rever a sua tese de doutoramento.

"Estes ares, este vinho, este povo, esta simpatia, fizeram com que a tese saísse muito bem, opinião do júri", garantiu.

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