Presidente da República dá hoje posse a nova ministra de Estado e das Finanças

2 de jul. de 2013, 07:16 — Lusa/AO Online

  A tomada de posse de Maria Luís Albuquerque, que já integrava o Governo como secretária de Estado do Tesouro, está marcada para as 17horas (16 horas nos Açores) no Palácio de Belém. A cerimónia vai ainda incluir a tomada de posse de Joaquim Pais Jorge como secretário de Estado do Tesouro e de Hélder Reis como secretário de Estado adjunto e do Orçamento. Joaquim Pais Jorge substitui Maria Luís Albuquerque no cargo de secretária de Estado do Tesouro e Hélder Reis vai ocupar o lugar deixado vago na secretaria de Estado do Orçamento com a saída de Luís Morais Sarmento. Numa carta enviada ao primeiro-ministro, Vítor Gaspar considerou a sua demissão "inadiável" e revelou ter pedido duas vezes para sair do Governo, em 2012 e já em 2013, justificando agora a sua saída com a falta de "mandato claro" para concluir atempadamente a sétima avaliação da 'troika'. Esta foi a segunda saída de um ministro do XIX Governo Constitucional, depois da demissão de Miguel Relvas do cargo de ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares, em abril deste ano, e a sexta alteração no executivo desde que tomou posse em junho de 2011. Com a exoneração de Vítor Gaspar, fonte do gabinete do primeiro-ministro disse à Lusa que haverá uma alteração na orgânica do executivo e que Paulo Portas subirá a número dois do Governo, cargo até agora ocupado pelo ministro das Finanças, ficando Maria Luís Albuquerque com o terceiro lugar na hierarquia do Governo. Nas reações da oposição, o porta-voz do PS, João Ribeiro, anunciou que o secretário-geral, António José Seguro, pediu uma audiência com caráter de urgência ao Presidente da República, Cavaco Silva, e considerou que a demissão do ministro das Finanças significa que o Governo caiu "definitivamente", voltando a pedir eleições antecipadas. O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, desejou que Passos Coelho, Paulo Portas e o resto do Governo acompanhem a demissão de Vítor Gaspar e o coordenador do BE João Semedo defendeu que a saída do ministro das Finanças é "uma pesadíssima derrota" e marca "o final" do Governo. Pela maioria, o PSD, pela voz do vice-presidente da bancada Miguel Frasquilho, reagiu à saída do ministro das Finanças, destacando o "inestimável serviço prestado a Portugal" por Vítor Gaspar e atribuiu à sua substituta, Maria Luís Albuquerque, competência e solidez financeira e económica. O CDS-PP reagiu ao início da noite à saída de Vítor Gaspar do Governo registando o "esforço" do ex-ministro das Finanças e a "tarefa muito difícil" que lhe coube, e assinalando que as "diferenças" que tiveram foram políticas e não pessoais. "A decisão do ministro das Finanças merece respeito e todos conhecem o esforço que Vítor Gaspar fez. Qualquer ministro das Finanças chamado a governar nas circunstâncias em que Portugal se encontrava em 2011, depois de um resgate internacional, tinha uma tarefa muito difícil", afirmou à Lusa fonte da direção do CDS-PP, numa declaração escrita na qual não é comentada a escolha de Maria Luís Albuquerque para as Finanças.