Açoriano Oriental
Portugal deveria pedir apoio financeiro aos países lusófonos sugere D. Duarte
O Chefe da Casa Real portuguesa, D. Duarte de Bragança, defendeu hoje que Portugal se deveria virar para o espaço lusófono como alternativa a um eventual apoio financeiro do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia (UE).

Autor: Lusa / AO online

“Deveríamos tentar outras alternativas além do FMI e da UE”, considerou D. Duarte de Bragança, em declarações à Agência Lusa, à margem das cerimónias comemorativas da restauração da independência portuguesa e da homenagem aos heróis da restauração, que decorreram em Lisboa.

“Deveríamos tentar negociar. Assim como Timor disponibilizou o apoio a Portugal, o Brasil, pelo que sei, teria também interesse em apoiar Portugal”, afirmou o Chefe da Casa Real, acrescentando que a hipótese de um apoio de Angola seria também “muitíssimo interessante, como forma de fraternidade lusófona”.

Quanto à homenagem aos conspiradores e conjurados - que, em 1640, devolveram a independência a Portugal depois de sessenta anos de governo castelhano - e que hoje levou cerca de duas centenas de pessoas à Praça dos Restauradores, D. Duarte de Bragança considerou que é uma celebração que faz todo o sentido.

“Se alguém tiver dúvidas, que pergunte aos bascos, aos catalães ou aos galegos o bom que é ser governado pelos castelhanos”, ironizou.

A Sociedade Histórica da Independência de Portugal organizou a cerimónia de hoje, que marca também o início das comemorações dos seus 150 anos, num evento em que esteve ausente o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, apesar da autarquia se ter feito representar.

Na cerimónia, várias instituições militares e da sociedade civil depositaram coroas de flores junto do monumento em memória dos heróis da Restauração da independência, incluindo a Escola Naval, a Academia da Força Aérea, a Academia Militar ou o Partido Popular Monárquico.

Presentes na Praça dos Restauradores estiveram ainda simpatizantes monárquicos, o Grupo dos Amigos de Olivença e, empunhando bandeiras negras, cerca de duas dezenas de apoiantes do Partido Nacional Renovador (PNR) e de movimentos nacionalistas.

A cerimónia atraiu também espetadores que encararam o evento como uma manifestação pacífica de patriotismo.

“Estou aqui porque sou português e patriota. A restauração da independência é uma data bastante importante”, disse Manuel Pinto, um reformado de 80 anos, que vive em Lisboa há 73 anos.

Filipe Gouveia, um professor açoriano de 33 anos disse que foi assistir às comemorações “por curiosidade”, mas sempre adiantou que a celebração da data da independência “ é importante, pelo menos para dar um pouco de patriotismo, porque há falta em Portugal”.

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