Açoriano Oriental
Euro2020
Portugal deixou tudo para a ‘última’ mas venceu Hungria na estreia

A seleção portuguesa de futebol precisou de esperar pelos derradeiros minutos para confirmar a mais do que evidente superioridade sobre a Hungria e vencer por 3-0, na estreia no Grupo F do Euro2020, em Budapeste.

Portugal deixou tudo para a ‘última’ mas venceu Hungria na estreia

Autor: Lusa/AO Online


Como a maioria dos cidadãos portugueses, os campeões europeus em título deixaram todas as decisões para o ‘prazo’ limite e voltaram a vencer no primeiro encontro numa fase final da competição continental, algo que não sucedia desde 2008, quando superaram a Turquia (2-0).

Portugal inaugurou o marcador aos 84 minutos, através do inesperado Raphaël Guerreiro, que voltou a assinar um tento com as cores lusas cinco anos depois de ter marcado à Noruega, num particular, e dilatou a margem aos 87, numa grande penalidade convertida por Cristiano Ronaldo.

O ‘capitão’ luso não só saiu do Puskás Arena com um ‘bis’, assinado aos 90+2 minutos, como impôs dois recordes nesta partida: tornou-se o primeiro a jogar em cinco europeus (2004, 2008, 2012, 2016 e 2020) e o melhor marcador da história das fases finais do da prova do ‘velho continente’, com 11 tentos, mais dois do que o francês Michel Platini, que liderava a tabela desde que marcou nove tentos na edição de 1984.

Além disso, o avançado da Juventus está agora a apenas três golos de ser o melhor ‘artilheiro’ de sempre por seleções, uma vez que passou a somar 106 e aproximou-se do recordista, o iraniano Ali Daei, que tem 109.

A vitória, até pelos números dilatados, diante da Hungria coloca a seleção nacional com boas perspetivas de seguir em frente no grupo, ainda que tenha pela frente dois ‘ossos’ muitos duros de ‘roer’, como são os casos da Alemanha, no sábado, em Munique, e da França, em 23 de junho, novamente em Budapeste.

Perante 67.000 adeptos que encheram as bancadas do Puskás Arena, Portugal apresentou-se com Danilo e William a ‘guardarem’ as costas do quarteto que tinha a responsabilidade de assumir as despesas ofensivas: Bruno Fernandes, Bernardo Silva, Diogo Jota e Cristiano Ronaldo.

O avançado do Liverpool foi o primeiro a testar a atenção de Gulacsi, dando o mote para um domínio absoluto da seleção lusa, que tinha a bola, circulava, mas não conseguia abrir qualquer brecha no ‘dique’ defensivo dos húngaros.

De resto, a Hungria revelou não ter qualquer capacidade para sequer sair a jogar, como previa Fernando Santos, não só porque Portugal pressionava alto, mas, sobretudo, porque a qualidade técnica magiar de outrora praticamente desapareceu nos pés de Dominik Szoboszlai, a grande figura húngara, que ficou fora do Europeu por lesão.

Face a esta realidade, a mais-valia da equipa da casa era o poderio dos seus jogadores nas bolas paradas, precisamente a forma como o ‘capitão’ Adam Szalai tentou incomodar Rui Patrício, mas sem problemas de maior o guardião luso.

Apesar do enorme domínio na primeira parte, as verdadeiras ocasiões de Portugal surgiriam em cima do intervalo, a primeira das quais com Jota a ‘roubar’ o golo a Bruno Fernandes, após combinação de Nélson Semedo com Bernardo Silva.

Quase como um corpo estranho na equipa nacional, Cristiano Ronaldo não conseguia assumir protagonismo e, quando surgiu onde costuma ser mais letal – dentro da área -, acabou por fazer voar sobre a barra a mais flagrante das oportunidades lusas.

Da mesma forma, Pepe também ficou perto do golo no arranque do segundo tempo, só que Gulacsi correspondeu como lhe era exigido e evitou que o central do FC Porto conseguisse ‘faturar’ num jogo de estreia num Europeu, como sucedeu em 2008.

No entanto, a Hungria foi perdendo o respeito excessivo que estava a ter pela equipa das ‘quinas’, surgindo mais agressiva junto à área adversária e alvejando a baliza através de Szalai e Schafer, ainda que sem incomodar verdadeiramente Patrício.

Já Gulacsi, voltou ser importunado, mas por Bruno Fernandes, que viu o guardião do Leipzig impor-se entre os postes, adiando o que estava para chegar a qualquer momento.

À entrada para os últimos 20 minutos, Fernando Santos lançou Rafa e, outros 10 volvidos, colocou em campo Renato Sanches e André Silva. Seriam precisamente os jogadores de Benfica e Lille a emergirem no triunfo luso, com o extremo a ser lançado por Bruno Fernandes e a assistir Raphaël Guerreiro para o golo inaugural e o 50.º de Portugal em fases finais de europeus.

Renato Sanches contribuiu para o ‘desmoronamento’ da Hungria, construindo o penálti sofrido por Rafa e que Cristiano Ronaldo não desperdiçou, deixando a vitória encaminhada para a seleção nacional.

Contudo, o melhor golo que Portugal marcou nos últimos largos tempos apenas surgiria em tempo de compensação e novamente pelos pés do ‘capitão’ luso, mas com intervenção igualmente direta e decisiva de Renato Sanches e Rafa, que se juntaram ao avançado da Juventus num verdadeiro ‘bailado’ em Budapeste.


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