Autor: Lusa/AO online
Num comunicado publicado no seu site, a propósito da declaração pela Organização Mundial de Saúde (OMS) do estado de emergência de saúde pública de âmbito internacional, devido ao surto de Ébola, a DGS garante que ainda “ não se verificou nenhum caso de doença por vírus Ébola em Portugal, importado ou autóctone”.
“O risco de contágio interpessoal é baixo na ausência de contacto direto com fluídos corporais”, recorda este organismo.
A OMS considerou hoje que “uma resposta internacional coordenada é essencial para controlar a epidemia e a sua disseminação”, tendo emanado “recomendações temporárias ao abrigo do Regulamento Sanitário Internacional, destinadas a reduzir o risco de propagação internacional do vírus”.
A Portugal, enquanto Estado sem ocorrências de transmissão do vírus e não estando exposto “a riscos ou que façam fronteira com países afetados”, foram dadas orientações que “já se encontram implementadas” e que “são objeto de revisão contínua”.
Entre estas orientações está “o reforço da articulação internacional, nomeadamente com a OMS, com o European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC), em Estocolmo, e com outros Estados”, indica a nota.
Apesar de não estarem interditadas, atualmente, viagens internacionais para áreas afetadas, “os cidadãos devem ponderar viajar apenas em situações essenciais, tendo em atenção o princípio da precaução”.
”Os viajantes são também alertados para procurarem aconselhamento médico, caso se verifique exposição ao vírus ou desenvolvam sintomas de doença”, lê-se no comunicado.
A DGS garante que “Portugal tem em estado de prontidão mecanismos para detetar, investigar e gerir casos suspeitos de doença por vírus Ébola, incluindo capacidade laboratorial para confirmação da doença”.
A autoridade de saúde refere que “estão previstas medidas para facilitar a evacuação e a repatriação dos cidadãos que possam ter estado expostos ao vírus”.
Foi entretanto criado um “dispositivo de coordenação” que “se mantem em alerta e, se necessário, mobilizará e ativará recursos que sejam adequados a cada situação que venha a ser identificada”.
“Este dispositivo foi criado no âmbito da Unidade de Apoio à Autoridade de Saúde Nacional e à Gestão de Emergências em Saúde Pública da DGS e integra especialistas internos e de outros organismos”, prossegue o organismo.
Segundo a DGS, o atual surto começou na Guiné-Conacri em dezembro de 2013 e, até à data, foram identificados cerca de 1.700 casos e 930 mortes, em quatro países: Guiné-Conacri, Libéria, Serra Leoa e Nigéria.
A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, pediu hoje à comunidade internacional que ajude os países afetados a combater a epidemia de Ébola, a pior em quatro décadas.
Em conferência de imprensa, Chan afirmou que os países da África Ocidental mais atingidos pela epidemia - Libéria, Serra Leoa, Guiné-Conacri e Nigéria - "não têm meios para responderem sozinhos" à doença e pediu "à comunidade internacional que forneça o apoio necessário".
O vírus do Ébola transmite-se por contacto direto com o sangue, líquidos ou tecidos de pessoas ou animais infetados.