Açoriano Oriental
Pirotecnia de Lamego trabalhava em toda a região e família era muito conhecida
O proprietário da fábrica de pirotecnia de Avões, em Lamego, e os seus familiares eram muito conhecidos na região por abastecerem grande parte das festas do Norte do país, revelaram hoje alguns habitantes locais.

Autor: Lusa/Açoriano Oriental

Em Ferreiros de Avões, onde o 'fogueteiro' vivia há quase década e meia, toda a gente conhecia "o negócio próspero" que o senhor Egas tinha comprado no Lugar de Guediche e que acabou por fazer com que se mudasse de Baião para a zona, com toda a sua família.

Cinco pessoas morreram e três continuam desaparecidas em Avões, Lamego, na sequência de várias explosões numa fábrica de pirotecnia, na terça-feira.

"Vivem cá em Ferreiros há mais de 10 anos, se calhar já há perto de 15 anos, depois de terem comprado a fábrica dos foguetes. Eram conhecidos aí em toda a região, pois eram eles que abasteciam tudo o que era festas", referiu Rogério Esteves.

Dono de um café frequentado pelo senhor Egas e pelos seus três genros, Rogério Esteves revelou que a Pirotecnia Egas Sequeira era o sustento de quase toda a família direta.

"Eram eles a mão-de-obra ao longo de quase todo o ano, mas depois, nas alturas que tinham mais trabalho, por ser época de festas, lá metiam mais uma ou duas pessoas a trabalhar. Tinham mesmo muito trabalho, o senhor Egas nos últimos dias até dizia que nem vinha ao café porque não tinham tempo", explicou.

À Lusa, Rogério Esteves explicou que trabalhavam na fábrica de pirotecnia o proprietário, a mulher, as três filhas, os três genros e uma sobrinha.

"Era um negócio da família, só a filha mais velha é que não trabalhava lá todos os dias, pois ficava mais por casa a tomar conta dos filhos e dos sobrinhos. Também o filho deixou de lá trabalhar quando se casou", acrescentou.

A proprietária do outro café da aldeia, Élia Araújo, realça que esta era uma família muito unida e não apenas no negócio.

"Viviam bem, isso notava-se e davam-se bem. O negócio corria bem, porque ele fazia as festas quase todas do concelho, mas também desta região Norte ", apontou.

Já Maria Miquelina Teixeira lamentou que a morte tenha chegado a esta família precisamente quando trabalhavam.

"Nem sei como vai ser, coitados. Eram pessoas de muito trabalho e não é justa uma tragédia destas, logo com tanta gente da mesma família", concluiu.

A explosão ocorreu cerca das 17:50 e deixou destruída uma fábrica de pirotecnia em Avões, a escassos quilómetros de Lamego.

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