Autor: Lusa/AO online
"Registámos 15 mortos. Entre eles, dois membros das forças de segurança e um BIR", um soldado do Batalhão de Intervenção Rápida, a unidade de elite do exército camaronês, afirmou à AFP um agente da polícia que participou nas operações lançadas após o ataque de dia 27, acrescentando que "também uma dezena de pessoas foram raptadas".
Na manhã de domingo passado, dois ataques simultâneos atribuídos ao grupo nigeriano Boko Haram tiveram como alvo a residência local do vice-primeiro-ministro, Amadou Ali, cuja mulher foi raptada, e o palácio do Sultão de Kolofata, Seiny Boukar Lamine, a quem raptaram também a mulher e os seus cinco filhos.
Numa intervenção na cadeia televisiva do estado na noite de dia 27, o porta-voz do governo, Issa Tchiroma Bakary, também ministro da comunicação, indicou que os atacantes eram "mais de 200", sublinhando que o governo ainda não dispõe de elementos suficientes para dar informações completas.
A situação atual é extremamente tensa no norte dos Camarões, onde os extremistas islâmicos do Boko Haram, que reivindicaram inúmeros ataques e raptos no país, multiplicam os ataques contra militares e civis em todo o território.
Nos passados dias 24 e 25, vários militares e polícias camaroneses foram mortos em dois ataques atribuídos ao grupo terrorista no norte do país.
Os Camarões, como outros países da região, intensificaram a sua luta contra o Boko Haram após a indignação internacional provocada pelo rapto de 200 jovens raparigas nigerianas no dia 14 de abril.
Os extremistas do Boko Haram consideram o norte dos Camarões, na fronteira com a Nigéria, um refúgio, tornando-a uma zona propícia a raptos de estrangeiros e um território de trânsito e de aprovisionamento de armas e explosivos.