Autor: Lusa/Açoriano Oriental
Os confrontos começaram quando se procedia à distribuição de ajuda alimentar, e alguns soldados tentaram roubar sacas de comida destinadas aos refugiados.
Fonte sanitária do principal hospital de Baidoa disse que pelo menos 20 pessoas ficaram feridas, algumas em estado grave.
A Somália é um dos quatro países referenciados pelos Estados Unidos num pedido de ajuda, de 4,4 mil milhões de dólares, para ajudar a combater a fome.
Os outros países são a Nigéria, o Sudão do Sul e o Iémen.
A dimensão do desastre humanitário representado por estes quatro países é considerada pelas Nações Unidas como o maior dos últimos 70 anos.
Milhares de pessoas começaram a chegar a Baidoa e a outras cidades da Somália à procura de auxílio e comida, sobrecarregando as agências nacionais e internacionais de apoio humanitário.
Calcula-se que a crise humanitária na Somália já provocou mais de meio milhão de deslocados.
Até meados de maio, Baidoa acolhia mais de 142.000 deslocados, a maioria crianças e adolescentes, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações.
Em março, aquando da sua visita a Baidoa, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, visivelmente chocado com o que viu, considerou que os deslocados são "uma história pessoal de tremendo sofrimento".
“Cada uma destas pessoas é uma história pessoal de tremendo sofrimento. Não há outra maneira de descrever isto”, disse António Guterres, citado pela Associated Press, depois de ter visto homens esqueléticos, mulheres e crianças em enfermarias com cólera, doença provocada pela falta de água.
A atividade da al-Shabab, milícia extremista ligada à Al-Qaida, obriga as famílias afetadas pela seca a mudarem-se frequentemente de uma localidade para outra para beneficiar do apoio das agências de ajuda humanitária.