Autor: Lusa/Ao online
"A contratação de serviços por diversas entidades com empresas de transportes - rodoviários, ferroviários ou outros -, enquanto prática comercial legítima e natural, não merece particular comentário" do PCP, lê-se numa nota dos comunistas.
Na quinta-feira, o jornal Observador noticiou que a CP “aceita os atrasos resultantes a outros comboios” para que circulem comboios fretados para a Festa de Verão do PS, que se realiza no sábado, em Caminha.
Aquele jornal online acrescentava que os comboios que vão levar militantes socialistas desde o sul do país até à festa da rentrée socialista são prioritários e, se for necessário, podem atrasar o serviço regular da CP pelas zonas em que passa.
O percurso de ida e volta, dizia o Observador, é Santa Apolónia-Pinhal Novo-Caminha.
Na nota, intitulada “sobre os reais problemas no transporte ferroviário e as manobras de diversão”, os comunistas defendem que este tipo de serviços contratados “devem ser feitos no respeito pela oferta regular prestada pelas empresas”.
O que não é aceitável, acrescentam, “é que, em nome do imprescindível serviço regular, se pretenda percorrer um caminho que conduza à legitimação de futuras discriminações ditadas por razões políticas”.
“Os problemas dos transportes públicos e em particular do transporte ferroviário, designadamente do serviço da CP, radicam em anos de desinvestimento de sucessivos governos em que avultam as responsabilidades do Governo PSD/CDS, desinvestimento que o atual governo do PS tem mantido. O que se exige são respostas centradas nos reais problemas e a adoção de medidas inadiáveis como o PCP tem reiteradamente colocado”, lê-se no comunicado.
O CDS-PP e o PSD já criticaram a decisão do PS de fretar comboios para transportar pessoas para a “Festa de Verão” socialista e voltaram a alertar para a degradação da ferrovia.
Esta manhã, o líder socialista, António Costa, disse que "um comboio fretado é um serviço prestado a qualquer cliente" quando questionado pelos jornalistas durante uma visita aos Passadiços do Paiva, em Arouca, distrito de Aveiro, realizada enquanto primeiro-ministro.
O secretário nacional para a organização do PS, Luís Patrão, já tinha dito que este procedimento é usual, adiantando que os custos são de "cerca de 13 mil euros".