Autor: Rui Jorge Cabral
Era um troço rápido onde, muitas vezes, mais do que ter o melhor carro, era preciso ter a confiança para andar em grande parte do troço a fundo ou quase a fundo. Quando os tempos saíram, Paulo Pereira foi o terceiro mais rápido, com 8m34, apenas batido pelos inalcançáveis Joaquim Santos, no Ford Escort RS 1800 da Diabolique, que bateu o recorde do troço com 7m45 e pelo Renault 5 Turbo da equipa oficial portuguesa, guiado por Joaquim Moutinho, que fez 7m52.
Atrás de Paulo Pereira vinham nomes como Jorge Ortigão (campeão nacional de Grupo A em título); António Coutinho (que viria a ser vice-campeão do mundo de Grupo N em 1993); Horácio Franco (que foi oito vezes campeão dos Açores), Manuel Mello Breyner (ex-presidente da FPAK) ou Álvaro Lamy Viçoso (pai do ex-piloto de Fórmula 1, Pedro Lamy) e mais uns tantos nomes do Nacional de Ralis daquele tempo.
Não admira, por isso, que vários pilotos e navegadores
do continente tenham abordado Paulo Pereira no controlo do fim do
troço, antes da assistência, que era então feita nas ligações. “Quando
nos perguntavam, dizíamos o nosso tempo orgulhosos, porque estávamos a
correr entre as vedetas da altura e quando um deles nos veio perguntar
mais do que uma vez, o Milton irritou-se e respondeu-lhe: então, você
não ouve bem?”, recorda Paulo Pereira.