Açoriano Oriental
Partidos unânimes sobre necessidade de consenso acerca da base aérea
Todos os partidos foram esta quinta-feira unânimes sobre a necessidade de se chegar a um consenso acerca do problema da base das Lages, na ilha Terceira, Açores, embora o CDS-PP tenha ressalvado que não pode acompanhar algumas orientações da oposição.
Partidos unânimes sobre necessidade de consenso acerca da base aérea

Autor: Lusa/AO Online

 

Na discussão dos projetos de resolução apresentados pela maioria PSD/CDS-PP, PS, BE e PCP com recomendações ao Governo para minimizar os efeitos da redução de pessoal civil, o deputado democrata-cristão Filipe Lobo D'Ávila acabou por ‘abalar' o aparente consenso que se estava a gerar, sustentando que apesar do seu partido estar de acordo com a relevância do problema, não pode acompanhar "o teor e finalidade" de alguns considerandos incluídos nos diplomas da oposição.

Como exemplo, o deputado do CDS-PP apontou a leitura que os ‘bloquistas' fazem no seu projeto de resolução sobre "a inoperância diplomática e ausência de esforços" do Governo para encontrar alternativas que minimizem a decisão dos Estados Unidos da América de reduzir o pessoal civil da base aérea das Lajes e a proposta socialista para que se desenvolvam todas as diligências para que o Centro de Segurança Marítima para o Golfo da Guiné seja instalado na Praia da Vitória.

Apesar das críticas, Filipe Lobo D'Ávila concluiu a sua intervenção dizendo não fazer sentido que numa matéria como esta não seja possível todos os grupos parlamentares chegarem a um entendimento e a um texto comum.

"Esse esforço deve ser feito por todos", apelou.

Imediatamente a seguir, o deputado do PSD António Rodrigues preferiu enfatizar o facto de raras vezes se assistir no plenário a "um consenso tão alargado", manifestando a disponibilidade da sua bancada para chegar a "um resultado positivo" para o país e para os Açores.

"Todos temos de cultivar uma conjugação de esforços, está ao nosso alcance assumirmos uma posição comum, o que terá um profundo significado político", tinha já dito o deputado social-democrata Carlos Costa Neves, no início do debate.

Depois deste primeiro apelo do PSD para que se chegue a uma posição comum entre todas as bancadas parlamentares, a oposição não ‘fechou a porta' a entendimentos, com o deputado socialista Carlos Enes a assegurar que o PS está "aberto ao diálogo e a plataformas de consenso" e sublinhar que este tem de ser "o tempo da ação e da execução de medidas concretas".

Pelo PCP, o deputado António Filipe exigiu igualmente "muita atenção" do Estado português ao problema da base das Lajes, concordando que este não é o momento de entrar em confronto com os Estados Unidos da América, mas de assumir firmeza nas negociações.

"É preciso uma atuação firme no plano diplomático nas negociações, uma conjugação de esforços a todos os níveis", reclamou, subscrevendo os apelos para que se "procure o máximo consenso entre todas as bancadas parlamentares" de modo a que seja possível chegar a um texto comum.

A posição mais crítica para o Governo português veio da bancada do BE, com a deputada Mariana Aiveca a condenar o "desleixo total" do executivo, que não acompanhou o problema "como devia e, por isso, tem as suas responsabilidades" no caso.

Mariana Aiveca reconheceu, porém, que agora o importante é discutir o futuro e resolver os problemas que existem no terreno.

A 08 de janeiro, o então secretário da Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, anunciou a redução de 500 efetivos da base aérea portuguesa nas Lajes.

No mesmo dia, o embaixador norte-americano em Lisboa, Robert Sherman, explicou que o objetivo é reduzir gradualmente os trabalhadores portugueses de 900 para 400 pessoas ao longo deste ano e os civis e militares norte-americanos passarão de 650 para 165.

A mudança será concretizada ao longo deste ano e representa para os Estados Unidos uma poupança de 35 milhões de dólares (29,6 milhões de euros) anuais.

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