Parlamento pode debater já na 5.ª feira o “relançamento da economia”
Covid-19
27 de abr. de 2020, 18:00
— Lusa/AO Online
Este
debate de atualidade, a pedido do Governo e com um membro do executivo a
designar, faz parte de uma ordem de trabalhos provisória para o
plenário de quinta-feira que foi divulgada na súmula da conferência
de líderes realizada na semana passada.No
entanto, ficou salvaguardado que esse debate só ocorrerá caso não seja
necessário debater e votar a autorização para uma terceira renovação do
estado de emergência, caso esta venha a ser solicitada.Da
agenda provisória de quinta-feira faz ainda parte a apresentação e
discussão do relatório sobre o segundo período do estado de emergência
(que vigorou entre 03 e 17 de abril) e o debate de, pelo menos, duas
propostas de lei do Governo: uma que prevê um regime excecional para a
celebração dos acordos de regularização de dívida no âmbito do setor da
água e do saneamento de águas residuais e outra que garante a capacidade
de resposta das autarquias locais no âmbito da pandemia.No
entanto, deram já entrada no parlamento outras duas propostas de lei -
uma que traduz a redução da taxa de IVA de 23 para 6% para produtos
como as máscaras de proteção individual e o gel desinfetante e outra que
altera o regime jurídico aplicável à prevenção da violência doméstica -
que poderão também a fazer parte da agenda final, que será fixada pela
conferência de líderes parlamentares na quarta-feira.De
acordo com a súmula da conferência de líderes, o presidente da
Assembleia da República recordou que no plenário da próxima quinta-feira
deveria ser votado o projeto de resolução sobre a aplicação do primeiro
período do estado de emergência (de 19 de março a 02 de abril), "com
base na apreciação feita pelas Comissões, sob a coordenação da Comissão
de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias".Pela
parte do PS, o deputado Pedro Delgado Alves ainda sugeriu que fosse
apresentada e votada uma resolução única da Assembleia da República "no
final dos três períodos do estado de emergência", mas Ferro Rodrigues
contrapôs que "não era ainda possível saber se o estado de emergência
teria três ou quatro períodos" e a ideia não mereceu consenso por parte
de todos os partidos.No próximo plenário
não haverá discussão de iniciativas dos partidos, tendo Ferro Rodrigues
afirmado que todos os projetos-lei teriam de baixar primeiro às
respetivas comissões, seguindo o processo legislativo comum, e disse que
"não daria o seu aval ao agendamento simultâneo de dezenas de
iniciativas, repetindo o mau exemplo que foi dado há duas semanas",
quando foram discutidos 100 diplomas da oposição.Face
à pandemia de covid-19, o Presidente da República decretou o estado de
emergência, ouvido o Governo e com autorização do parlamento, que vigora
em Portugal desde 19 de março e foi depois renovado duas vezes, até 02
de maio.Apesar de o chefe de Estado e o
primeiro-ministro, António Costa, já terem manifestado o desejo de que
este seja o último período do estado de emergência, ambos remeteram uma
decisão final para depois da próxima reunião com os epidemiologistas no
Infarmed, no dia 28.