Autor: Lusa/AO Online
O secretário de Economia do PSOE e um dos autores do projeto, Manuel de la Rocha, explicou à agência Lusa que o documento aborda cinco pontos principais.
O primeiro visa a concretização da União Bancária e do Mercado de Capitais Comum. O segundo aborda a necessidade de se "fazer um orçamento real para o euro", financiado por um lado por "impostos europeus, como o do CO2 (Carbono) ou transações financeiras" e, por outro, por um Tesouro Europeu que possa emitir euro-bonds.
O terceiro passa por uma União Social, com "regras comuns para salário mínimo, idade de reforma, mercado de trabalho" e uma "concertação social europeia".
O quarto ponto é uma "simplificação das regras do pacto de estabilidade e crescimento", propondo o PSOE, por exemplo, um limite de défice global para a União e não individualizado para cada país.
"As atuais regras são assimétricas e colocam mais carga sobre os países historicamente com mais défices", disse Manuel de la Rocha.
O quinto ponto visa a criação de uma instância, "uma subcâmara ou um comité" no Parlamento Europeu dedicada ao euro, para que as decisões - atualmente do BCE - passem a ter legitimidade democrática dos cidadãos europeus.
A "defesa" das ideias no parlamento estará a cargo de outro dos autores do documento, Juan Moscoso. O secretário-geral do PSOE, Pedro Sánchez, apresentará em setembro o documento ao líder dos socialistas franceses e presidente de França, François Hollande, que tem liderado a iniciativa de refundar o euro, na sequência da crise grega.
De acordo com PSOE, a evolução recente da crise grega "deixou claro" a necessidade de "acelerar mecanismos de coesão" na Europa e "eliminar desequilíbrios macroeconómicos" entre os vários estados-membros.
Manuel de la Rocha afirmou ainda à Lusa que os socialistas espanhóis "ficariam encantados" se o PS português - com quem dizem manter "uma relação estreita e magnífica" - se juntasse à iniciativa.