Açoriano Oriental
Parlamento da Líbia abre caminho à eleição direta do Presidente interino
O Parlamento da Líbia aprovou uma emenda constitucional que abre caminho à eleição do Presidente interino por sufrágio direto e universal, informou um deputado.

Autor: Lusa/AO online

 

“Um consenso foi negociado entre os membros do Parlamento antes da votação”, explicou à AFP o deputado líbio Abu Bakr Biira, acrescentando que a emenda constitucional foi aprovada por 141 dos 144 deputados presentes.

A votação “revela a vontade dos membros do Parlamento em deixar que o povo escolha um Presidente, diretamente e sem pressão”, considerou o deputado.

A alteração constitucional prevê que o Presidente seja eleito até 40 dias depois da adoção oficial de um método eleitoral. Porém, três anos depois da queda do ditador Muammar Kadhafi, a situação na Líbia é de caos e insegurança, com as novas autoridades a mostrarem-se incapazes de impor a ordem.

O Congresso Geral Nacional – a mais alta autoridade política do país até ao passado dia 05, quando o novo Parlamento entrou em funções – não chegou a pronunciar-se sobre a forma de eleger o Presidente, embora tenha partilhado o receio de deixar essa decisão aos deputados, num país imerso em divisões políticas, lutas pelo poder e confrontos violentos.

A atual Constituição líbia concede importantes poderes ao Presidente, a quem cabe designar o primeiro-ministro, que, sujeito a aprovação parlamentar, indica depois os chefes dos serviços de segurança nacional e os embaixadores. Na ausência de um Presidente, o Parlamento tem assegurado estas funções.

A situação de insegurança na Líbia levou Portugal a suspender temporariamente, no dia 29 de julho, a sua representação diplomática em Trípoli.

Os confrontos das últimas semanas no país, os mais violentos desde a queda do regime de Kadhafi, com centenas de mortos e feridos, opõem o exército líbio a milícias armadas, que, por sua vez, também se digladiam entre si.

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