Açoriano Oriental
Papa condena culto do poder, das aparências e da superioridade
O papa Francisco condenou o culto dos "pequenos ídolos", como o poder, as aparências e a superioridade, sublinhando que estes só trazem "tristeza, escravidão e medo".
Papa condena culto do poder, das aparências e da superioridade

Autor: Lusa/Açoriano Oriental

“Os pequenos ídolos a que rendemos culto: o culto do poder, das aparências e da superioridade. Ídolos que só prometem tristeza, escravidão e medo”, afirmou o papa durante a missa do Dia de Reis, celebrada na basílica de São Pedro.

O papa deu início à celebração às 10:00 horas locais (09:00 horas em Lisboa), depois de caminhar até ao maior altar da basílica e beijar ali a imagem do menino Jesus.

Depois, na homilia, centrou-se em descrever como foi diferente a atitude dos Reis Magos e do rei Herodes em relação ao nascimento de Jesus.

Neste sentido, Francisco recordou que Herodes não quis adorar Jesus porque “buscava quem o adorasse”, sublinhando que os Reis Magos colocaram-se a caminho de Belém porque “tinham um coração aberto ao horizonte” e “estavam abertos a uma novidade”.

“A saudade de Deus tira-nos dos nossos determinismos fechados, esses que nos levam a pensar que nada pode mudar. A saudade de Deus é a atitude que rompe o conformismo e leva a comprometermo-nos com a mudança que desejamos e precisamos”, referiu o papa.

“O crente saudoso, movido pela sua fé, busca Deus nos lugares mais recônditos da história (…). Vai à periferia, à fronteira, aos sítios não evangelizados para poder encontrar-se com o seu Senhor e nunca o faz com uma postura de superioridade, fá-lo como um mendigo”, acrescentou.

Em contraposição, assinalou o papa, aqueles que como Herodes dormem “sob a anestesia de uma consciência cauterizada”, ficam desconcertados “diante de uma novidade que revoluciona a história” e fecham-se “nas suas realizações, seus saberes e em seus êxitos”.

Estes ficam sentados “sobre a sua riqueza, sem ver mais além” e “querem controlar tudo e a todos”, sustentou.

"É o desconcerto de quem está imerso na cultura de vencer a qualquer custo. (...) Uma confusão nascida do medo e do temor daquilo que nos desafia e ameaça a nossa segurança e verdades e ao modo em que nos agarramos ao mundo e à vida ", explicou.

Francisco defendeu, nestas situações, “a saudade de Deus”, que permite “ter os olhos abertos diante de todas as tentativas redutoras e empobrecedoras da vida”.

No dia em que a Igreja Católica celebra o Dia de Reis, o papa quis ter um gesto de solidariedade para com os mais pobres, assim cerca de 300 sem-abrigo poderão desfrutar de um lanche oferecido pelo Vaticano, informaram num comunicado os serviços de imprensa.

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