Pandemia com “tendência crescente” de infeções nos jovens e idosos
27 de ago. de 2021, 18:38
— Lusa/AOonline
“A análise dos diferentes
indicadores revela uma atividade epidémica de infeção por SARS-CoV-2 de
elevada intensidade, com tendência estável a nível nacional, mas com
provável tendência crescente na região Centro, nos grupos etários dos 10
aos 29 anos e acima dos 65 anos de idade”, indica o relatório das
“linhas vermelhas” da pandemia da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do
Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).Segundo
o documento, a manter-se o atual quadro da pandemia no país, a
“atividade epidémica na população sénior e a pressão nos serviços de
saúde poderão aumentar nas próximas semanas”.Os
dados hoje divulgados indicam que o número de infeções nos últimos 14
dias foi de 315 casos por 100 mil habitantes, com tendência estável a
nível nacional.No grupo das pessoas com 65
ou mais anos, o número de novos casos foi de 124 casos, com tendência
estável a crescente a nível nacional, mas ainda assim inferior ao limiar
definido de 240 infeções por 100 mil pessoas. No
que respeita ao Serviço Nacional de Saúde, o relatório refere que
estavam internadas na quarta-feira 150 pessoas em unidades de cuidados
intensivos (UCI) em Portugal continental, o que corresponde a 59% do
valor crítico definido de 255 camas ocupadas, quando na semana anterior
estava nos 55%.Perante os indicadores da
pandemia, a DGS e o INSA admitem que a pressão sobre os serviços de
saúde, que apresenta uma tendência estável a crescente, poderá “aumentar
nas próximas semanas”.O maior número de doentes de covid-19 internados em UCI corresponde ao grupo etário dos 60 aos 79 anos, com 66 pessoas.A
proporção de testes positivos para SARS-CoV-2 foi de 4,4% - na semana
anterior tinha sido de 4,0% - encontrando-se acima do limiar definido de
4,0%, adianta ainda o relatório, que avança que se registou uma
diminuição do número de testes, com 369.637 despistes realizados nos
últimos sete dias, menos 32.721 do que na semana anterior.“Nos
últimos sete dias, pelo menos 95% dos casos de infeção por SARS-CoV-2
foram isolados em menos de 24 horas após a notificação e, no mesmo
período, foram rastreados e isolados, quando necessário, todos os
contactos em 81% dos casos”, indicam as autoridades de saúde.O
relatório refere ainda que a mortalidade específica por covid-19 se
situou nos 15,4 óbitos em 14 dias por um milhão de habitantes, o que
corresponde a um decréscimo de 15% relativamente à semana anterior.“Este
valor é superior ao limiar de 10 óbitos em 14 dias por um milhão de
habitantes definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC).
Este indicador apresenta uma tendência estável e é provável que assim se
mantenha ou comece a diminuir se a incidência na população se mantiver
estável a decrescente”, salientam as “linhas vermelhas” da pandemia.A
covid-19 provocou pelo menos 4.472.486 mortes em todo o mundo, entre
mais de 214,5 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde
o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência
France-Presse.Em Portugal, desde março de
2020, morreram 17.689 pessoas e foram contabilizados 1.028.421 casos de
infeção confirmados, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.A
doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado
no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com
variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do
Sul, Brasil ou Peru.