Autor: AO Online/ Lusa
Afirmando não ter "qualquer problema" com um Governo Regional formado por PSD, CDS-PP e PPM, Pedro Neves reiterou que a "linha vermelha" do PAN "é apenas uma e continuará a ser apenas uma": a presença do Chega na esfera do poder, por via de um acordo parlamentar com os três partidos mais à direita que formarão governo.
O líder do PSD/Açores, José Manuel Bolieiro, foi hoje indigitado presidente do Governo Regional pelo representante da República, Pedro Catarino, na sequência das eleições de 25 de outubro.
O representante da República justificou a nomeação do social-democrata com o facto de a coligação PSD/CDS-PP/PPM (26 deputados) ter o apoio parlamentar de Chega (dois deputados) e Iniciativa Liberal (um deputado), garantindo assim maioria absoluta no hemiciclo regional, com 29 dos 57 lugares.
"Estaremos bem a tentos e bem perto de um partido que achamos anti-democrático", prosseguiu o líder do PAN nos Açores, em declarações à agência Lusa.
Contudo, Pedro Neves afirmou que o partido não irá "chumbar tudo" sem saber o que está em causa, pelo que, "caso a caso" e "diploma a diploma", o PAN analisará as matérias em apreço.
O PS venceu as eleições legislativas regionais, mas perdeu a maioria absoluta, que detinha há 20 anos, elegendo 25 deputados.
O PSD foi a segunda força política mais votada, com 21 deputados, seguindo-se o CDS-PP, com três. Chega, BE e PPM elegeram dois deputados e Iniciativa Liberal (IL) e PAN um cada.
A instalação da Assembleia Legislativa está marcada para 16 de novembro. Habitualmente, o Governo Regional toma posse, perante o parlamento, no dia seguinte.
Depois da tomada de posse, o programa do executivo terá de ser entregue na Assembleia Legislativa em 10 dias.