Açoriano Oriental
Eleições Regionais
Orçamentos reduzidos e campanha dispendiosa obrigam à imaginação e novas tecnologias
Orçamentos reduzidos e a dispersão de um arquipélago de nove ilhas obrigam os partidos mais pequenos a recorrerem à imaginação e às novas tecnologias para cativar os açorianos para as propostas que serão sufragadas a 19 de Outubro.

Autor: Lusa/AO online
 Sites e blogs foram as soluções encontradas pelos pequenos partidos para contornar limitações orçamentais de uma campanha eleitoral dispendiosa, devido à dispersão por nove ilhas, que elegem, a 19 de Outubro, 57 deputados para o Parlamento açoriano.

    Muito distante dos orçamentos de centenas de milhares de euros do PS e PSD, o Partido Popular Monárquico (PPM) concorre pelas nove ilhas e círculo regional de compensação e vai apostar numa campanha on-line, por considerar a Internet um “instrumento fundamental e útil” para fazer passar as suas mensagens sem gastar mais dos que os 4.500 euros previstos.

    “Vamos fazer uma campanha assente no voluntarismo dos militantes, na Internet e em acções de campanha porta a porta, sobretudo nas ilhas do Corvo e São Miguel”, afirmou à agência Lusa o líder do PPM nos Açores, Paulo Estêvão, que acredita ser possível o partido eleger uma representação parlamentar nestas eleições.

    Além do blog www.pauloestevao1.blogspot.com, o PPM, que conta um total de 70 cartazes espalhados pelas ilhas, tenciona actualizar permanentemente a sua página da Internet (www.ppmacores.org), para que os eleitores possam estar sempre informados.

    Também o Movimento Partido da Terra (MPT), que concorre por São Miguel, Terceira e círculo de compensação, olha para as novas tecnologias como um “parceiro estratégico e económico” de divulgação das suas propostas, durante uma campanha que deve ser “mais de ideias e menos de folclore”.

    O cabeça-de-lista do MPT por São Miguel, Manuel Moniz, adiantou à Lusa que o orçamento de onze mil euros tem de ser “muito bem gerido”.

    Em vez de comícios e jantares, vão investir na publicação de um jornal de campanha, na página www.mpt.nosacores.net, no blog www.mptacores.blogspot.com e em contactos personalizados com a população das várias freguesias de São Miguel, ilha que pretende percorrer utilizando somente um carro.

    Para o único partido nacional com sede nos Açores, o Partido Democrático do Atlântico (PDA), os resultados baixos obtidos nos actos eleitorais anteriores não desmotivam quem sonha eleger uma “voz genuinamente açoriana” para o parlamento açoriano em Outubro.

    O líder do PDA, cabeça de lista por São Miguel e círculo de compensação, José Ventura, adiantou que o partido conta com um orçamento de três mil euros para as regionais e está a ultimar a sua estratégia de campanha eleitoral.

    O Bloco de Esquerda nos Açores está convicto que vai conseguir eleger, pela primeira vez, uma representação parlamentar e contribuir para “arejar” a democracia no arquipélago.

    Com cerca de 50 mil euros, a líder do partido na região, Zuraida Soares, adiantou à Lusa que a campanha bloquista vai servir para apresentar “políticas alternativas”, centradas na defesa dos serviços públicos, combate à pobreza e desigualdade.

    Entre 05 e 17 de Outubro, os bloquistas açorianos vão contar com o apoio dos dirigentes nacionais Francisco Louçã, Luís Fazenda e Miguel Portas nas acções de campanha, indicou.

    Em Abril, o CDS/PP nos Açores, que concorre a todos os círculos eleitorais, anunciou que pretendia realizar “uma campanha eleitoral de rigor” devido à situação económica do país, elegendo a vertente tecnológica (www.cdsppacores.com) como um dos principais instrumentos de divulgação do seu projecto de desenvolvimento para o arquipélago.

    “Faremos como prometemos, uma campanha mais contida nos gastos com brindes (apenas isqueiros e canetas), outdoors (apenas dois em São Miguel) e viagens entre as ilhas”, afirmou à Lusa o líder do partido na região, que encabeça a lista pela Terceira e círculo de compensação, Artur Lima.

    Segundo o dirigente partidário, o CDS/PP nos Açores conta com cerca de 135 mil euros para aplicar numa campanha eleitoral, que vai contar com a presença nas nove ilhas do líder nacional, Paulo Portas.

    Afastados do parlamento açoriano desde 2004, os comunistas açorianos acreditam profundamente que a “longa travessia no deserto” vai terminar em Outubro, porque a coligação CDU/Açores (PCP e Os Verdes), com um orçamento de cerca de 180 mil euros, “é uma força política equilibradora que faz falta”.

    Frisando que faz parte do código genético dos comunistas uma grande resistência à adversidade, o líder regional comunista e cabeça-de-lista por São Miguel e círculo de compensação, Aníbal Pires, assegurou que a CDU/Açores vai realizar uma “campanha de âmbito regional” e “grande proximidade”, para “esclarecer e estimular a participação política e eleitoral no arquipélago”.

    Além da página na internet (www.cduacores.net), os comunistas vão imprimir na gráfica do partido, no continente, cerca de 500 mupis, 28 mil folhetos e dez mil autocolantes, a que se juntam mais alguns prospectos específicos para cada círculo eleitoral, canetas e faixas.

    Aníbal Pires, que vai contar com a presença do secretário-geral do PCP Jerónimo de Sousa durante a campanha eleitoral, confessou estar “preparado e confiante” perante as suas primeiras eleições enquanto líder regional do PCP, alegando que todos os militantes estão “empenhados e prontos para a batalha” que se avizinha.

    Para o dirigente comunista açoriano, a maior preocupação com este acto eleitoral prende-se com a cobertura noticiosa dos órgãos de comunicação social do continente, “que, por desconhecimento, podem veicular mensagens erradas”.

    Na sequência da nova Lei Eleitoral dos Açores, os 191 mil eleitores da região autónoma vão eleger a 19 de Outubro 57 deputados, 52 pelos nove círculos de ilha e os restantes cinco pelo círculo regional de compensação.

    Com essa solução, pretendeu-se melhorar a proporcionalidade do sistema, reduzindo o risco do partido mais votado em legislativas regionais não obter, porém, o maior número de lugares no parlamento açoriano.

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