OCDE revê em baixa previsão para crescimento mundial este ano e em alta para 2022
21 de set. de 2021, 10:36
— Lusa/AO Online
De
acordo com um relatório com as perspetivas económicas ('Economic
Outlook'), publicado hoje, a OCDE justifica estes números com uma “forte
recuperação na Europa, a probabilidade elevada de apoios orçamentais
nos EUA no próximo ano e menos poupanças das famílias, que irão melhorar
as perspetivas de crescimento nas economias avançadas”.Em
maio, a OCDE tinha melhorado, face a dezembro de 2020, as previsões
para a economia mundial, estimando um crescimento de 5,8% em 2021 e de
4,4% em 2022.“O
PIB [Produto Interno Bruto] ultrapassou agora o nível pré-pandémico,
mas continuam a existir diferenças entres os países”, nomeadamente no
que diz respeito ao emprego, “particularmente em mercados emergentes e
economias em desenvolvimento, com taxas de vacinação baixas”, lê-se no
documento hoje divulgado.Segundo
a organização, o impacto económico da variante Delta do vírus que causa
a covid-19 “tem sido relativamente suave nos países com altas taxas de
vacinação, mas reduziu o impulso em outros locais e colocou mais pressão
nas cadeias de abastecimento globais e nos custos”.A
OCDE deu ainda conta de aumentos da inflação nos EUA, Canadá, Reino
Unido e outros mercados, “mas mantém-se relativamente baixa em muitas
outras economias avançadas, particularmente na Europa e Ásia”.De
acordo com a organização, o aumento dos preços das mercadorias e dos
custos globais do transporte marítimo são os principais responsáveis
pelo aumento da inflação no último ano. “Mantém-se
uma incerteza significativa”, salientou a OCDE, alertando que "um
aumento do ritmo de vacinação ou uma redução acelerada nas poupanças das
famílias poderia aumentar a procura e reduzir o desemprego, mas também
impulsionar as pressões inflacionárias”.Por
outro lado, indicou, um ritmo reduzido da distribuição de vacinas e o
aparecimento de novas mutações do vírus “poderão resultar numa
recuperação mais fraca e numa maior perda de empregos”.A
OCDE realçou que os governos “devem assegurar que todos os recursos
necessários estão a ser usados para garantir a vacinação o mais depressa
possível por todo o mundo, para salvar vidas, preservar rendimentos e
controlar o vírus”, apelando ainda a um maior esforço internacional na
ajuda aos países menos desenvolvidos.“O
apoio de políticas macroeconómicas mantém-se necessário, tendo em conta
que as perspetivas de curto prazo continuam incertas e os mercados
laborais não recuperaram, com medidas que dependem da evolução económica
de cada país”, sustenta a organização, no documento publicado hoje.Além
disso, a OCDE apela a que as medidas orçamentais se mantenham
flexíveis, avisando para as consequências de uma retirada “abrupta e
prematura”.